Um casal preso no último dia 12 por suspeita de organização e lavagem de dinheiro foi apontado por praticar mais de 20 mil vezes o crime de falsidade ideológica. Eles foram detidos durante a Operação Noteiras, que investigou a sonegação de cerca de R$ 1 bilhão.
Segundo reportagem do G1, os empresários Evandro Franco de Almeida e Marcela de Fátima Momesso Franco de Almeida, de Sorocaba, no interior de São Paulo, teriam emitido 1.800 notas fiscais falsas apenas nos primeiros meses de 2021.
Os dois são proprietários de empresas de plástico e, segundo as investigações, chefiavam um esquema que envolvia empresas fantasmas em outros estados.
Entre os alvos da “Operação Noteiras” estão empresários, advogados e contadores de empresas e pessoas físicas, em 23 endereços nos municípios de Guarulhos, Sorocaba, Votorantim, Indaiatuba e Pilar do Sul (SP), além de dez mandados em Alagoas.
Ainda de acordo com o G1, foram levantadas ao menos 100 empresas em Alagoas utilizadas para emissão de notas fiscais, sendo que 35 delas ainda estão em funcionamento. As fraudes ocorreram por meio da emissão de cerca de 20 mil notas fiscais fraudulentas, no valor aproximado de R$ 4 bilhões, segundo a investigação.
Além do casal, a polícia também prendeu na semana passada o secretário de Recursos Humanos da Prefeitura de Sorocaba, Rodrigo Onofre. Agentes do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), Ministério Público, Secretaria da Fazenda e Procuradoria Geral do Estado cumpriram 37 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão.
Na segunda-feira (17), a Justiça revogou a prisão preventiva de Onofre. Entre os pontos apresentados pela defesa ao juiz estavam que Onofre teria sido empregado de uma das empresas entre 2014 e 2016, comprovou residência fixa, não foi alvo de outras investigações e tinha cargo na prefeitura de Sorocaba. Após a ação policial, ele foi exonerado do cargo.