CHICAGO, 21 AGO (ANSA) – A segunda noite da Convenção Nacional Democrata, evento que formalizou a candidatura de Kamala Harris à Presidência dos Estados Unidos, foi marcada pelos discursos de Barack e Michelle Obama, que exaltaram o entusiasmo gerado pela vice de Joe Biden, mas alertaram que as eleições não estão ganhas.   

“Não será fácil, nossos adversários sabem que é simples apostar no medo e no cinismo das pessoas. Eles dirão que o governo é corrupto e que as cartas estão marcadas”, disse o ex-presidente no palco da convenção em Chicago, Illinois, seu berço político.   

O aviso chega em meio ao otimismo que tomou conta dos eleitores democratas após a desistência de Biden, em meados de julho, e a subsequente candidatura de Harris.   

Em pouco tempo, a democrata arrecadou mais de meio bilhão de dólares (mais de R$ 2,7 bilhões) para sua campanha e reverteu a vantagem de Trump nas pesquisas, incluindo em estados pêndulos, embora a distância entre eles esteja dentro da margem de erro na maioria dos levantamentos.   

“Não precisamos de mais quatro anos de caos e fanfarronice, já vimos esse filme e sabemos que as continuações são ainda piores”, acrescentou Obama.   

Michelle, que discursou antes do ex-presidente, também adotou a linha da cautela. “Sim, Kamala e Tim [Walz, candidato a vice] estão indo muito bem. Sim, eles enchem ginásios em todo o país, as pessoas estão cheias de energia, estamos otimistas. Mas há muita gente que quer desesperadamente que eles percam, que não vê a hora de espalhar mentiras, que não quer votar em uma mulher, que priorizará suas riquezas”, alertou a ex-primeira-dama.   

“Não importa o quão bem nos sintamos hoje, o caminho será duro, então não podemos ser nossos piores inimigos”, acrescentou.   

O casal, no entanto, também exaltou as qualidades de Harris e indicou que o entusiasmo gerado pela candidata remete à campanha do próprio Obama em 2008. “Yes, she can [Sim, ela pode]”, disse o ex-presidente, adaptando o histórico slogan que o levou à Casa Branca, “Yes, we can” (“Sim, nós podemos”). (ANSA).