CUNEO, 24 JAN (ANSA) – Após os ataques virtuais contra a senadora Liliana Segre, sobrevivente do campo de extermínio nazista de Auschwitz, o filho de uma vítima do Holocausto foi alvo de um ato antissemita na Itália.   

A porta da casa de Aldo Rolfi, filho da escritora e partisan Lidia Rolfi (1925-1996), amanheceu nesta sexta-feira (24) pichada com a escrita “Juden hier”, que, em tradução livre, significa “Aqui vive um judeu”. Essa frase era colocada nas fachadas das residências de judeus em cidades alemãs durante o nazismo.   

A casa de Aldo fica na cidade de Mondovì, no norte da Itália, em uma rua que homenageia sua mãe, uma integrante da Resistência que foi presa por nazifascistas em 1944 e deportada para o campo de concentração de Ravensbrück, na Alemanha.   

Lidia conseguiu sobreviver e se tornou uma das principais testemunhas na Itália dos horrores do Holocausto. Dias antes do ataque antissemita, Aldo havia escrito um artigo no qual denunciava a existência de uma “emergência de ódio colossal e palpável em todos os campos”.   

O ato ocorreu às vésperas do Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, celebrado em 27 de janeiro. O recrudescimento do antissemitismo na Itália já havia gerado preocupação no ano passado, com as ameaças contra a senadora Liliana Segre, sobrevivente de Auschwitz e que se dedica a combater todos os tipos de preconceitos.   

As ameaças contra a parlamentar de 89 anos provocaram reações por toda a Itália, com diversos municípios concedendo a ela o título de cidadã honorária. A última foi a capital Roma, cuja Assembleia Municipal aprovou a homenagem nesta sexta-feira, em votação unânime. (ANSA)