A Casa Branca excluiu nesta segunda-feira (21) o The Wall Street Journal (WSJ) de um grupo de jornalistas que cobrirão a próxima visita do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à Escócia, após o jornal ter atribuído a ele uma mensagem de aniversário destinada a Jeffrey Epstein, acusado de crimes sexuais.
Na sexta-feira, Trump processou o WSJ e o magnata da mídia Rupert Murdoch por pelo menos 10 bilhões de dólares (R$ 5,5 bilhões) por causa dessa mensagem, que ele nega ter escrito.
Tudo isso ocorre em meio a pressões vindas de suas próprias bases, que acusam seu governo de encobrir detalhes do caso Epstein, encontrado morto em sua cela antes do julgamento, para proteger as elites.
O caso ameaça dividir a ala mais conservadora de seu movimento “Make America Great Again” (“Faça a América Grande de Novo”), mais conhecido por sua sigla em inglês MAGA.
“Como confirmou o tribunal de apelações, o Wall Street Journal ou qualquer outro meio de comunicação não tem garantia de acesso especial para cobrir o presidente Trump no Salão Oval, a bordo do Air Force One e em seus espaços de trabalho privados”, afirmou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.
“Devido à conduta falsa e difamatória do Wall Street Journal, eles não estarão entre os treze meios de comunicação a bordo”, acrescentou.
O bilionário de 79 anos viajará à Escócia, onde possui dois complexos de golfe, de 25 a 29 de julho, para uma visita privada, durante a qual se reunirá com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.
Desde o retorno de Trump ao poder em janeiro, o governo controla o pequeno grupo de jornalistas que acompanha de perto o presidente, grupo que até então era organizado pelos próprios meios de comunicação por meio da Associação de Correspondentes da Casa Branca.
O governo americano já excluiu a prestigiada agência de notícias Associated Press por usar a denominação “Golfo do México” em vez de “Golfo da América”, como determinado por Trump.
A Casa Branca, no entanto, convidou influenciadores e criadores de conteúdo que se identificam com o movimento MAGA.
A morte de Epstein alimentou teorias da conspiração segundo as quais ele teria sido assassinado para impedir revelações que implicariam personalidades de alto escalão.
Figuras próximas ao movimento trumpista militam há anos pela divulgação de uma suposta lista secreta de clientes desse amigo de celebridades e poderosos – lista com a qual Trump já foi associado.
Mas no dia 7 de julho, o Departamento de Justiça e o FBI publicaram em um relatório conjunto que não há provas da existência dessa suposta lista, nem de chantagem, o que provocou uma enxurrada de mensagens furiosas de contas MAGA nas redes sociais.
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