A Corte Arbitral do Esporte (CAS) anunciou nesta terça-feira (5) que reduziu de quatro anos para nove meses, já cumpridos desde julho do ano passado, a suspensão da tenista romena Simona Halep por duas infrações ao regulamento antidoping.

Depois de três dias de audiência no início de fevereiro, a CAS avaliou que o teste positivo da ex-número 1 do mundo procedia de um “suplemento contaminado” e que as anomalias em seu passaporte biológico poderiam estar ligadas a uma “operação cirúrgica”, segundo um comunicado.

Desta forma, a CAS desautorizou a Agência Internacional da Integridade do Tênis (ITIA), que puniu Halep em 22 de setembro de 2023 e pedia uma “um período de suspensão de quatro a seis anos”.

A jurisdição de Lausana promete especificar “o mais rápido possível” as consequências práticas de sua decisão, ou seja, uma suspensão entre 7 de outubro de 2022 e 6 de julho de 2023, já cumprida antes mesmo do recurso da tenista, e o cancelamento de todos os seus resultados entre 29 de agosto e 7 de outubro de 2022.

Simona Halep, de 32 anos, teve a carreira interrompida em 7 de outubro de 2022, quando começou sua suspensão provisória após um exame antidoping realizado no US Open daquele ano, que acusou o uso de roxadustat, substância proibida que estimula a produção de glóbulos vermelhos e é classificada como EPO pelo regulamento da Agência Mundial Antidoping (AMA).

A tenista teve um segundo caso de doping em 2023, por “irregularidades” nos dados de seu passaporte biológico, ferramenta de acompanhamento biológico dos atletas de alto nível.

Estas duas infrações foram tratadas pelo tribunal independente reunido no final de junho de 2023 em Londres. A ITIA até aceitou a alegação de Halep de “consumo de um suplemento alimentar contaminado”, mas determinou que “a concentração de roxadustat encontrada na amostra positiva não podia resultar da quantidade ingerida pela jogadora” um argumento invalidado pela CAS nesta terça-feira.

Quanto ao passaporte biológico da jogadora, a CAS integrou no seu raciocínio “os resultados de uma amostra de sangue fornecida por Halep em 9 de setembro de 2022, no contexto de uma operação cirúrgica” e fato de ela ter se recusado a participar de qualquer competição pelo resto do ano, avaliando que esses elementos tornavam pouco plausíveis “os cenários de doping expostos pela ITIA”.

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