A Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) deu razão à fundista russa Tatyana Andrianova em sua apelação contra uma suspensão por doping imposta a ela pela Associação das Federações Internacionais de Atletismo (IAAF). A corte suíça entendeu que a atleta não poderia ser punida retroativamente, em 2015, por exame antidoping de 2005 reexaminado.

No ano passado, a IAAF reabriu os exames antidoping colhidos nos Mundiais de 2005 e em 2007, argumentando que a legislação em vigor, aprovada em 2013, autorizava a reanálise de testes de até 10 anos antes.

Mas a CAS aceitou a argumentação de Adrianova, que alegou que essa nova legislação só vale a partir de 2013. Para a reanálise das amostras colhidas em 2005 vale o regulamento que estava em vigor à época, que previa validade de oito anos para os exames.

Quando reanalisou os exames dos Mundiais de 2005 e 2007 utilizando-se de tecnologia mais recente, a IAAF revelou que encontrou 28 casos de doping. Com a nova decisão da CAS, só os atletas flagrados no doping na competição de 2007, entretanto, poderão ser punidos. Seguem válidas as reanálises do Mundial de 2005 feitas em 2013, quando a IAAF caçou cinco medalhas.

A decisão desta quinta-feira dá base também para a defesa da lançadora de martelo Tatyana Beloborodova, também da Rússia, campeã olímpica em 2012 e que teve a prata do Mundial de 2005 retirada dela. Agora, pela jurisprudência criada, ela deve ser absolvida e liberada para competir regionalmente.

A Rússia, entretanto, segue suspensa das competições internacionais, exatamente pelo doping sistemático no atletismo do país. A punição pode ser revista em junho. Se os russos não forem novamente aceitos na IAAF, não poderão participar dos Jogos Olímpicos do Rio.