O ex-presidente do Sporting, de Portugal, Bruno de Carvalho (2013 e 2018) é um sujeito falastrão. Ele não consegue viver sem criar polêmicas. Acusado de ser terrorista pela Justiça portuguesa, Carvalho desta vez apontou sua metralhadora giratória para o peito do técnico do Flamengo, o “Mister”.

O cartola disse em entrevista ao “Bola na Rede”, de Portugal, na última terça-feira (9), que o maior erro de sua gestão foi a contratação de Jorge Jesus para o comando da equipe logo depois da passagem de seis anos do treinador pelo Benfica, entre 2009 e 2015 (sendo que na temporada 2011/2014 e 2014/2015 o Benfica foi campeão nacional).

“Foi uma jogada brilhante na altura que o contratei, mas veio a confirmar-se com o pior aspecto na gestão do Sporting enquanto lá estive”, ataca Carvalho.

Conforme informações do jornal esportivo Lance, o dirigente baseia a sua análise num fato que ocorreu com o treinador em 2018. Jesus vinha sendo processado na Justiça pelo presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, desde 2015 por não ter cumprido o seu contrato com o clube até o fim (seguindo para o Sporting).

Por isso, os benfiquistas pediam 14 milhões de euros de indenização. O imbróglio durou três anos, mas Jesus acabou chegando a um acordo com o Benfica em 2018. Para Carvalho, tão logo isso ocorreu, algo aconteceu. E o Sporting, que era o virtual campeão português daquela temporada, começou a tropeçar sistematicamente.

No fim, nem sequer ficou na zona de classificação da Champions: “O Sporting perdeu a possibilidade de lutar pelo campeonato e ir à Liga dos Campeões no dia em que Jesus chegou ao acordo com Luís Filipe Vieira. A partir daquele momento, deixou de haver uma relação”, diz Carvalho.

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Ainda de acordo com o jornal, Bruno de Carvalho, quando presidente do Sporting, em maio de 2018, após a série dos insucessos citados acima, foi acusado de ter incitado torcedores de facções do clube (cerca de 50) a agredirem jogadores e membros da comissão técnica no CT do Alcochete. O resultado levou a saída dos principais jogadores do elenco e da comissão técnica.

Após o inquérito instaurado, Carvalho foi destituído do cargo de presidente. Em novembro daquele mesmo ano, o dirigente foi preso acusado de 56 crimes, incluindo terrorismo (outras 40 pessoas também foram presas).

Carvalho conseguiu o relaxamento da prisão, porém, apenas em 11 de março deste ano a Justiça o absolveu da acusação de que o dirigente tinha sido responsável pelo planejamento do ataque em Alcochete. Carvalho aguarda a sentença final e diz que espera disputar a presidência do Sporting mais uma vez.


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