O presidente do Conselho Deliberativo do São Paulo, Marcelo Pupo, diz não entender o motivo de ter sido indicado como testemunha do conselheiro Pedro Mauad no boletim de ocorrência contra o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, registrado na última segunda-feira. Mauad acusa Leco de tê-lo ameaçado e agredido verbalmente no estádio do Morumbi, após o clássico do último domingo contra o Corinthians.

Pupo disse ao Estado que não estava no local onde supostamente teria acontecido a confusão. “Não posso narrar o que não vi. Não sei por que ele colocou meu nome lá, mas não tem dificuldade nenhuma. Se tiver de falar alguma coisa, minha resposta vai ser que não estava lá”, disse, minimizando o ocorrido. “Isso tudo não importa, até porque acho que essa história toda é uma grande besteira. O clube tem situações e problemas mais sérios para se preocupar do que esse tipo de situação”.

Autor do B.O., Pedro Mauad reconhece ter tido dificuldades para perceber quem estava no local. Ele alega que tudo aconteceu muito rapidamente e, questionado sobre o andamento do processo na polícia, sugere que o problema seja resolvido dentro do clube. “Tudo aconteceu rápido. Não vi quem estava vendo”, relatou. “Indiquei os dois porque precisava colocar dois nomes, mas vou solicitar imagens das câmeras para ver quem estava no local para ser testemunha. Minha vontade é que a gente consiga resolver tudo dentro de casa e que todos os questionamentos sejam esclarecidos”.

O episódio agitou os bastidores do São Paulo neste início de semana. Na última segunda-feira, Leco negou as acusações e ainda afirmou que o conselheiro do clube se contradiz na história. “Não houve nem ameaça nem agressão”, afirmou o presidente. “Prova disso é a contradição entre o que afirmou (o conselheiro) por diversos meios de comunicação e o relato do boletim de ocorrência”.

Há dois meses, Pedro Mauad foi denunciado por Leco no Comitê de Ética do São Paulo por injúria, calúnia e difamação por causa de comentários numa rede social em que Mauad insinuou que Leco e Ataíde Gil Guerreiro, ex-vice de futebol, expulso por agressão ao ex-presidente Carlos Miguel Aidar, estariam juntos em ações ilícitas no cargo.