O Cartel de Sinaloa é um dos maiores e mais violentos grupos criminosos do México, cujo poder se mantém apesar das detenções como a de Ovidio Guzmán, filho do encarcerado fundador da organização, Joaquín “Chapo” Guzmán.

O grupo, ao qual são atribuídos centenas de assassinatos e atos bárbaros, mostrou seu poder de fogo nesta quinta-feira (5) com tiroteios e bloqueios de vias em Culiacán (noroeste), após a prisão de Ovidio.

Um episódio semelhante ocorreu em 2019 durante o chamado “Culiacanazo”, quando a violência desencadeada pelo grupo obrigou o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, a ordenar a libertação de Ovidio Guzmán.

Após a captura e extradição de “Chapo” para os Estados Unidos em 2017, o comando do cartel ficou a cargo de Ismael “Mayo” Zambada, um dos antigos sócios de Guzmán, e seus filhos Ovidio, Joaquín, Iván Archivaldo e Jesús Alfredo, conhecidos como “Los Chapitos”.

Zambada é o criminoso mexicano de maior valor para os Estados Unidos, que oferecem uma recompensa de US$ 15 milhões por ele. Por Ovidio, Washington oferecia US$ 5 milhões.

O cartel leva o nome do estado de Sinaloa, localizado no noroeste do México e um importante centro de produção de maconha e papoula, matéria-prima para a heroína.

Junto com o Cartel Jalisco Nova Generação (CJNG), o de Sinaloa é uma das organizações criminosas dominantes no país, segundo a agência antidrogas americana (DEA).

Estima-se que suas redes se estendam a cinquenta países, segundo a organização Insight Crime.

– Barbárie –

Membros do cartel de Sinaloa travaram confrontos violentos com outras organizações criminosas e com a polícia em várias cidades do México.

Alguns dos episódios mais sangrentos foram registrados em Ciudad Juárez, como resultado da disputa que a organização mantinha com o Cartel de Juárez sobre as rotas do narcotráfico na região.

Cadáveres desmembrados ou pendurados em pontes estão entre os crimes desses cartéis, segundo as autoridades mexicanas, que estimam em 340 mil o número de assassinatos registrados no México desde que uma questionável operação militar antidrogas foi implantada em 2006 com o apoio dos Estados Unidos.

O Cartel de Sinaloa exporta e distribui grandes quantidades de fentanil, heroína, metanfetamina, cocaína e maconha para o território americano e também controla os corredores de tráfico do Arizona e da Califórnia para enviar drogas.

“A maior ameaça do fentanil para os Estados Unidos é o Cartel de Sinaloa, devido à sua capacidade de ter laboratórios clandestinos em regiões do México”, informou a DEA em seu relatório anual mais recente.

Segundo as autoridades de saúde americanas, o fentanil – um opioide sintético 50 vezes mais potente que a heroína – é responsável por inúmeras overdoses naquele país.

Somente em 2022, a polícia dos EUA apreendeu mais fentanil do que seria necessário para matar toda a população dos EUA, revelou a DEA.

De acordo com a Insight Crime, o Cartel de Sinaloa opera em 17 dos 32 estados do México.

A mesma organização aponta que o cartel tem ligações no mais alto escalão da polícia estadual e do Exército, o que lhe permite manter uma vantagem sobre seus rivais.