A Operação Dubai desbaratou quadrilhas. Mas o esquema ainda existe em Brasília (Crédito:ITACI BATISTA/ESTADÃO CONTEÚDO/AE)

A Operação Dubai desbaratou quadrilhas que faziam cartel de combustíveis em Brasília. Mas há indícios de que alguns esquemas continuam fortes, envolvendo não apenas postos mas distribuidoras. Duas notas de venda obtidas por ISTOÉ demonstram que a BR Distribuidora parece beneficiar a rede de postos Cascol, a maior do Distrito Federal, em detrimento dos chamados postos de bandeira branca, que não são diretamente vinculados às empresas de distribuição. As notas mostram um valor de 18 centavos a menos no litro de combustível para um posto da Cascol. Em uma unidade da Ceilândia, cidade próxima
a Brasília, o litro saiu por R$ 3,77. Na nota de venda para um posto de bandeira branca, o valor foi R$ 3,95. As notas foram emitidas no mesmo dia: 17 de dezembro.

Liberdade

Os postos de bandeira branca reclamam que há um movimento claro contra a livre concorrência. Em sua última edição, ISTOÉ mostrou que o MP-DF e Territórios investiga a participação direta das grandes distribuidoras no esquema em Brasília. O próprio empresário Antonio José Mathias de Souza, dono da Cascol, em delação premiada, apontou para esse envolvimento.

A mais cara

Embora o esquema possa acontecer em outros Estados, Brasília tem a gasolina mais cara do país. Segundo José Mathias, o esquema trabalha para manter o etanol pouco atraente para o consumidor como alternativa, mantendo alto o seu valor mesmo no período de safra da cana de açúcar. Fontes do MPDFT disseram que desdobramentos das investigações podem de fato atingir as distribuidoras.

Partido novo

Pedro França/Agência Senado

Na contramão do espírito da cláusula de barreira, que pretende enxugar o número de partidos, o senador Hélio José (MDB-DF) trabalha para criar uma legenda nova. E, novamente na contramão da onda mais conservadora, sua pretensão é criar um partido de esquerda. Ele já está colhendo assinaturas para formar um partido para chamar de seu.

Rápidas

* O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) apresentou proposta na Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) para que vagas de residentes, já aprovados em concursos e que estejam participando do Mais Médicos, possam ser trancadas.

* Essa garantia já é concedida aos médicos que atuam nas Forças Armadas, convocados ou não. Nestes casos, o residente não perde a vaga da residência, por um ano, enquanto presta serviço militar.

* Essa ação do Cremesp previne contra a previsão pessimista do ex-ministro da Saúde Arthur Chioro. Ele diz que médicos deixarão seus postos, em março do ano que vem, porque serão aprovados na residência médica.

* Como iniciativa de Natal, a Biblioteca do Senado está emprestando livros-surpresa até o final do ano. Os livros foram embrulhados para presente, com uma charada anexada que dá dicas do conteúdo da obra.