Uma população com a carteira assinada é decisiva para garantir uma maior segurança alimentar no Brasil. Isso é o que mostra a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua: Segurança Alimentar (2024) divulgada nesta sexta-feira, dia 10, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O estudo observou diferenças na situação de segurança alimentar de acordo com a posição da ocupação do responsável pelo domicílio. As casas em segurança alimentar, cujo responsável estava ocupado como trabalhador doméstico, representavam 3,4%.
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Sendo assim, o levantamento conclui que a formalização da ocupação tem impacto significativo na capacidade de garantir a aquisição de alimentos nos domicílios. 23,4% dos domicílios encontravam-se em situação de segurança alimentar quando o responsável estava empregado no setor privado com carteira de trabalho assinada, o maior percentual entre todas as categorias. Os que não tinham carteira de trabalho assinada eram apenas 6,6%.
Dentre os domicílios em insegurança alimentar, das ocupações estudadas, chama atenção os responsáveis por conta própria (17,0%); empregados do setor privado sem carteira de trabalho assinada (8,6%); trabalhador doméstico (6,5%); e outros casos (47,5% – que englobam os responsáveis sem emprego e outros casos). Juntos, estes quatro grupos respondem por 79,6% dos casos de insegurança alimentar. Nos casos de domicílios em insegurança alimentar grave, 15,5% tinham responsáveis ocupados por conta própria; 8,3% como empregado do setor privado com carteira de trabalho assinada; e 6,7% como trabalhador doméstico.
O estudo também mostrou que a insegurança alimentar atinge 71,9% dos lares brasileiros com renda de até um salário mínimo per capita no grau moderado ou grave de insegurança alimentar. No entanto, ao realizar um comparativo em relação aos resultados da PNAD Contínua 2023, a expansão do percentual de domicílios em segurança alimentar foi de 72,4% para 75,8%. Além disso, todos os níveis de insegurança alimentar apresentaram queda. A leve, passou de 18,2% para 16,4%. A moderada foi de 5,3% para 4,5% e a grave foi de 4,1% para 3,2%.
Entenda a classificação dos níveis de insegurança alimentar
- Insegurança alimentar leve: preocupação ou incerteza quanto ao acesso a alimentos e redução da qualidade para não afetar a quantidade;
- Insegurança alimentar moderada: falta de qualidade e redução na quantidade de alimentos entre adultos;
- Insegurança alimentar grave: falta de qualidade e redução na quantidade de alimentos também entre menores de 18 anos. Nessa situação, a fome passa a ser uma experiência vivida no domicílio.