Carreira médica com equilíbrio: mentoria capacita cirurgiões a cobrar valores justos

Programa foca na gestão de consultório, desempenho técnico e qualidade de vida, permitindo aos médicos conduzir atendimentos com autonomia e sustentabilidade financeira

Carreira médica com equilíbrio: mentoria capacita cirurgiões a cobrar valores justos
Carreira médica com equilíbrio: mentoria capacita cirurgiões a cobrar valores justos Foto: Reprodução

Médicos com agenda cheia, jornadas exaustivas e remuneração comprometida por repasses baixos de convênios. Esse cenário, comum à realidade de milhares de profissionais no Brasil, tem levado muitos cirurgiões a buscar alternativas de atuação mais sustentáveis.

Um dos caminhos que têm ganhado força é a reestruturação da carreira médica com foco na independência financeira, qualidade técnica e bem-estar pessoal. À frente dessa transformação está o cirurgião oncológico Marcelo Vieira, mentor de médicos e idealizador dos programas de capacitação “Precisão Cirúrgica” e “Cirurgião de Elite”.

Com mais de 20 anos de atuação, Vieira conduz um modelo de mentoria que já ajudou dezenas de cirurgiões a reorganizar seus consultórios, refinar sua técnica operatória e ampliar o valor percebido de seus atendimentos. “A lógica da superprodução e da dependência dos convênios empobrece o cuidado médico. Nosso objetivo é reposicionar o cirurgião como protagonista, alguém que define como, com quem e por quanto vai atuar”, afirma.

O programa inclui módulos de gestão estratégica, posicionamento de marca pessoal, escuta qualificada e uso de ferramentas tecnológicas para atendimento e organização financeira. A abordagem se estende também à saúde mental dos médicos. “É preciso romper com a ideia de que sucesso na medicina é sinônimo de sacrifício pessoal. A alta performance cirúrgica precisa caminhar com equilíbrio emocional e qualidade de vida”, defende Vieira, que também é sócio da Mentoring League Society.

Os encontros da mentoria ocorrem de forma híbrida, online e presencial, e incluem análise de vídeos cirúrgicos, simulações técnicas, discussões de caso e consultoria sobre precificação. Segundo dados levantados com os mentorados, os profissionais que passaram pelo programa relataram aumento de até 60% no faturamento líquido após a reorganização do consultório e adequação do modelo de atendimento particular.

“A capacitação técnica é o ponto de partida, mas o diferencial real está em mostrar que o médico pode entregar mais valor sem se esgotar física e emocionalmente”, explica Vieira. Ele defende que a prática médica deve deixar de ser reativa e passiva diante do sistema. “A maioria dos convênios repassa valores que não cobrem o tempo e a responsabilidade de uma consulta ou cirurgia. Para se manter nessa lógica, o médico precisa atender em volume. Isso compromete a escuta, o diagnóstico e, sobretudo, a satisfação profissional”, pontua.

Outro foco da mentoria é o desenvolvimento de autoridade médica e a fidelização do paciente por meio da experiência no consultório e no centro cirúrgico. Vieira ressalta que cirurgiões mais capacitados também geram menos complicações, menos retrabalho e mais confiança. “O que atrai o paciente não é o plano de saúde, é o resultado. Quando o médico entrega segurança, empatia e consistência, ele deixa de depender do volume e começa a trabalhar com profundidade”, diz.

A mentoria atrai profissionais de diferentes regiões do Brasil, especialmente do interior e de áreas com baixa oferta de formação especializada. “Com a internet, conseguimos criar uma rede de ensino contínuo, que conecta um cirurgião de Manaus com outro de Florianópolis, promovendo aprendizado real e prático”, explica.

Além da mentoria, Vieira é idealizador do Cadáver Lab, um laboratório de dissecção pélvica que oferece treinamentos imersivos com foco em precisão cirúrgica e técnicas minimamente invasivas.

Para os próximos meses, o cirurgião prevê a incorporação de inteligência artificial e realidade aumentada nos módulos das aulas. “A medicina está mudando. O ensino também precisa mudar. Nossa proposta é preparar o cirurgião para o futuro com mais autonomia, mais ciência e menos dependência do sistema”, conclui.