O furacão Erin se manteve na categoria 2 na manhã desta quarta-feira (20) a caminho da costa leste dos Estados Unidos, onde a Carolina do Norte determinou evacuações obrigatórias em várias zonas devido ao risco de inundações potencialmente mortais, segundo as autoridades locais.
A tempestade, que teve uma intensificação historicamente rápida e atingiu brevemente a categoria 5, a mais alta da escala Saffir-Simpson, deixou casas e vias em Porto Rico debaixo d’água.
Embora as previsões indiquem que o núcleo do Erin se manterá longe da costa, meteorologistas têm manifestado preocupação por seu tamanho, assim como pelos ventos tropicais com força de tempestade que se estendem por centenas de quilômetros a partir de seu centro.
“Espera-se que as condições climáticas se deteriorem ao longo da costa da Carolina do Norte até a noite”, advertiu o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês).
De acordo com o alerta mais recente do NHC, Erin estava a 730 km de cabo Hatteras, no sudeste da Carolina do Norte, com ventos máximos de 160 km/h, e se move na direção norte-noroeste.
O governador da Carolina do Norte, Josh Stein, declarou estado de emergência na noite de terça-feira. “O furacão Erin trará ameaças de inundações costeiras, erosão de praias e condições perigosas para surfar”, disse.
“Os habitantes da costa do estado devem se preparar desde já, assegurando-se de que seus equipamentos de emergência estejam prontos e escutando as indicações das autoridades locais”, acrescentou.
As autoridades emitiram advertências de tempestade para cabo Lookout, no sudeste da Carolina do Norte, mais ao norte da cidade de Duck, com os níveis da água subindo potencialmente de 60 centímetros para 1,2 metro de altura.
Uma faixa significativa que se estende da costa da Carolina do Norte ao sul da Virgínia e as Bermudas foi declarada em vigilância pelo possível surgimento de uma tempestade tropical de baixa intensidade.
Foram ordenadas evacuações obrigatórias para as ilhas de Ocracoke e Hatteras, enquanto os condados de Dare e Hyde declararam emergências locais, segundo o gabinete do governador Stein.
O estado, localizado no sudeste do país, foi devastado em 2024 pelo furacão Helene, o segundo mais mortal a atingir o território continental dos Estados Unidos em mais de meio século, depois do Katrina, em 2005.
A temporada de furacões no Atlântico vai de 1º de junho a 30 de novembro. Apesar de um começo relativamente tranquilo, com apenas quatro tempestades nomeadas até agora, o Escritório Nacional de Administração Oceânica e Atmosférica americana (NOAA) continua vigiando uma temporada “acima do normal”.
Cientistas consideram que as mudanças climáticas estão fortalecendo os ciclones tropicais. Oceanos mais quentes produzem ventos mais fortes, uma atmosfera mais aquecida intensifica as chuvas e níveis mais elevados do mar aumentam o surgimento de tempestades.
Além disso, há evidências, embora com menor certeza, de que as mudanças climáticas estão aumentando a frequência dos furacões.
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