Os fãs de true crime vão poder passar o Halloween em grande estilo: dia 31 de outubro estreia “Tremembé”, série do Prime Video que retrata os bastidores da penitenciária de mesmo nome, também conhecida como a “prisão dos famosos”. Foi nesse complexo que nomes como Suzane von Richthofen, Daniel Cravinhos, Anna Jatobá e Alexandre Nardoni e Elize Matsunaga ficaram detidos durante anos por crimes que chocaram o Brasil.
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A produção é inspirada em livros escritos pelo jornalista Ulisses Campbell, que assina o roteiro ao lado de Vera Egito, Juliana Rosenthal, Thays Berbe e Maria Isabel Iorio. Para o elenco, “Tremembé” escalou nomes estrelados, como: Marina Ruy Barbosa, Bianca Comparato, Carol Garcia, Felipe Simas, Kelner Macêdo e Lucas Oradovschi.

Elenco de “Tremembé” – Divulgação/Kelly Fuzar
Em entrevista à IstoÉ Gente, Carol Garcia adianta alguns detalhes sobre a produção e relembra sua trajetória desde o canal do YouTube Parafernalha. Em “Tremembé”, a atriz é responsável por dar vida à Elize Matsunaga, condenada por matar e esquartejar o empresário Marcos Kitano Matsunaga em 2016.
“Foi um processo em várias etapas. O que eu mais fiz foi assistir ela, muito. Todo o material de vídeo que eu encontrei dela, eu assisti obsessivamente. Depois, eu engoli o livro do Ulisses”, comenta. “Foi um processo longo, de entender tanto características de personalidade, quanto coisas mais imagéticas, tipo sotaque, trejeitos, o olhar.”
“O interessante da série é justamente isso que a gente vai assistir o que não é visto, justamente o encarceramento. Geralmente, a gente vê recortes da imprensa… então isso eu acho muito interessante, e o público vai se interessar muito.”
“Teve um momento em que pedi auxílio para a nossa preparadora, Maria Laura. Era a cena onde a gente está no tribunal, a Elize com o pai do Matsunaga e ela está pleiteando pelo direito de fazer o documentário [‘Elize Matsunaga: Era Uma Vez um Crime’]. O ator que fez o pai dele era muito… Olhar para ele já me causava sensações.”
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A atriz, inclusive, aproveitou para falar sobre a adaptação da Netflix sobre a mulher condenada. No título, um filme de ficção, quem vive Elize Matsunaga é a atriz Lorena Comparato, irmã de uma das colegas de elenco de Carol em “Tremembé”. “Enquanto a gente filmava [a série], eu já sabia que ia ter um filme, e eu amei muito que foi a Lorena, ela é uma grande amiga minha. Ao longo de muitos anos, a gente sempre ouviu que nos parecíamos, mas eu acho que a gente não tem nada a ver“, conta, rindo. “O que a gente tem… Primeiro que a gente é amiga, se admira e se acompanha há muito tempo.
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“Teve uma vez, que eu fazia um espetáculo chamado ‘Kafka e a Boneca Viajante’, e ela foi assistir. Na época, nós duas estávamos morenas, de cabelo curtinho, e aí ela me contou que quando ela saiu do teatro, ela recebeu parabéns pela peça, porque as pessoas acharam que ela era eu“, relembra. “E quem me contou da Lorena fazendo a Elize foi a própria Lorena, ela me ligou e falou: ‘Cara, eu quero te contar antes de sair em qualquer lugar, vamos conversar, como foi o seu processo, eu quero saber’. Eu já tinha terminado [de gravar a série], e a gente trocou muita mensagem, então eu amei muito, não podia ser outra pessoa.”
Canal Parafernalha e o humor
Durante o bate-papo, a atriz aproveitou para relembrar o início da carreira na comédia. Carol integrou o elenco do Parafernalha, canal do YouTube com esquetes de humor, entre 2011 e 2015. O título, fundado por Felipe Neto, é considerado um dos “berços humorísticos” da internet no Brasil, tendo sido bastante popular no início dos anos 2010.
“Eu tinha um amigo que fez teatro comigo desde que eu era criança, e ele me chamou para fazer um vídeo. Depois, me contrataram para ficar fixo no elenco e eu fui me descobrindo uma atriz que ama e sabe fazer humor na prática“, explica. “O humor é tão profundo… Você precisa ter uma capacidade de enxergar o mundo, de enxergar até a tragédia de uma maneira tão fina que eu não tenho a menor dúvida de que me ajuda no drama”, continua.
“Eu vejo o riso como um lugar muito sagrado. A comédia surge de autores que usavam personagens para criticar reis e a própria sociedade, e isso causava transformações. A dor, a tragédia, o horror… Dependendo de como a gente enxerga e coloca, conseguimos tirar algum humor, mesmo que ele seja muito ácido.”
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*Estagiária sob supervisão