VIARREGGIO, 18 FEV (ANSA) – Os construtores dos carros alegóricos do Carnaval de Viareggio, um dos mais famosos da Itália, se insurgiram contra uma visita do ex-ministro do Interior Matteo Salvini, líder da extrema direita no país, prevista para o próximo dia 22 de fevereiro.   

A viagem faz parte da campanha do partido ultranacionalista Liga para as eleições regionais na Toscana, um histórico feudo da esquerda italiana e que vai às urnas na próxima primavera boreal, provavelmente entre maio e junho.   

Mas rumores de que Salvini poderia visitar os galpões onde são feitos os carros alegóricos do Carnaval de Viareggio, que costumam satirizar personalidades e líderes políticos, irritaram os carnavalescos.   

“O galpão é minha casa, pago uma concessão e sou livre para decidir quem entra”, disse um dos “carristas”, Umberto Cinquini, que lançou a hashtag #portonichiusi (“portões fechados”), em referência ao slogan #portichiusi (“portos fechados”), criado por Salvini contra a entrada de migrantes forçados na Itália.   

Já Edoardo Ceragioli, que reproduziu o ex-ministro em um carro chamado “L’amaro italiano” (“O amargo italiano”), contou que abrirá seu galpão se for preciso, mas que não estará presente, “em coerência” com seu “modo de ver as coisas”.   

A presidente da Fundação do Carnaval de Viareggio, Marialina Marcucci, garantiu que não há informações oficiais sobre uma eventual visita de Salvini, mas acrescentou que, se isso acontecer, acolherá o ex-ministro.   

Em sua passagem por Viareggio, Salvini também deve enfrentar oposição do movimento das “sardinhas”, que já anunciou uma manifestação para 22 de fevereiro. O grupo foi essencial para a derrota da Liga nas eleições na Emilia-Romagna, outro bastião “vermelho” na Itália, e agora tenta repetir o resultado na Toscana. (ANSA)