A ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia determinou nesta terça-feira (15) que a Justiça Federal do Pará e do Amazonas suspendam processos relacionados com a Operação Handroanthus, que investiga esquemas de comercialização de madeira extraída ilegalmente da Amazônia. As informações são do G1.

Cármen Lúcia analisou um pedido feito pela Polícia Federal para que o Supremo concentre todas as investigações da operação. O Supremo investiga o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o presidente afastado do Ibama, Eduardo Bin.

Segundo a PF, decisões de primeira instância não estão devidamente fundamentadas e estão beneficiando os investigados. A polícia federal apontou “sério risco de esvaziamento” das atribuições do STF e disse que “agentes políticos” estão atuando a fim de assegurar “impunidade” aos investigados no inquérito.

“É fundamental o reconhecimento da conexão entre a notícia-crime (inquérito) contra o Ministro do Meio Ambiente, senador da República e presidente do IBAMA, com a Operação HANDROANTHUS. Isso porque ambas as investigações compartilham provas, pois os agentes políticos atuam no sentido de assegurar a impunidade dos investigados pela Polícia Federal, valendo-se, para tanto, de seus cargos de alto escalão do Poder”, disse a PF.

Por esse motivo, Cármen Lúcia decidiu preservar a prova dos fatos investigados, e decidiu que os processos sejam suspensos até que o Supremo analise o pedido da PF em definitivo.

“Os fatos narrados pelo delegado de Polícia Federal são gravíssimos e descrevem situações fático-processuais com potencial para prejudicar eventual resultado que vier a se chegar com a demonstração da materialidade delitiva neste Inquérito em trâmite neste Supremo Tribunal Federal, por estarem sendo restituídos prematuramente os produtos dos crimes investigados”, escreveu a ministra.

Ainda de acordo com o G1, no fim do ano passado, mais de 200 mil metros cúbicos no valor de R$ 130 milhões de madeira foram apreendidos pela Operação Handroanthus.