A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lucia, comentou o momento de ataque vivido pelo Judiciário, sobretudo após a decisão de reverter a prisão após segunda instância. “Sei que o momento é de falar mal do juiz, do Supremo nem se fala. Da Cármen Lucia então…”, disse, durante evento do Centro de Liderança Pública (CLP).

Ela destacou que tem sofrido ataques mesmo tendo votado contra a reversão da prisão após condenação em segunda instância. A decisão, que viabilizou a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, determinou que as prisões devem ocorrer apenas após todo o trânsito em julgado. “Vejo por aí: Cármen Lucia mandou soltar os presos. Eu sou contra! O Brasil inteiro sabe que sou a favor de cumprir pena após condenação em segunda instância. Mas até explicar…”, disse.

A ministra voltou a dizer que há uma grande judicialização no País e pontuou que o Judiciário precisa se reinventar. “Temos 80 milhões de processos. Se considerado que todo processo tem pelo menos duas partes. E temos 240 milhões de brasileiros. O Brasil está em juízo”, disse, completando: “Não quero fechar portas do Judiciário, quero abrir as da cidadania e reinventar o Judiciário”.


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