TÓQUIO, 11 JAN (ANSA) – O Ministério Público de Tóquio formalizou nesta sexta-feira (11) novas acusações contra o ex-presidente da Nissan Carlos Ghosn.

Preso desde o último dia 19 de novembro por suspeita de fraude fiscal, o executivo brasileiro foi denunciado também por abuso de confiança agravada, o que aumenta a possibilidade de ele continuar encarcerado.

A decisão dos investigadores chega no último dia do mandado de prisão preventiva contra Ghosn. Na última terça-feira (8), a Corte Distrital de Tóquio já havia dito que não libertaria o executivo devido ao risco de fuga e ocultação de provas.

A nova denúncia acusa o ex-presidente da Nissan de ter feito pela montadora uma transferência de cerca de US$ 15 milhões para uma empresa na Arábia Saudita, em troca de garantias de crédito após perdas em investimentos pessoais.

A Nissan teria realizado quatro pagamentos a uma divisão ligada ao empresário saudita Khaled al-Juffali entre 2009 e 2012, mascarando os desembolsos como serviços ligados ao estudo do meio ambiente e promoções de vendas.

Ghosn já havia sido denunciado por ter subnotificado seus rendimentos em dezenas de milhões de dólares. Sua esposa fez um apelo pedindo informações sobre a saúde do marido, atingido por uma forte gripe nos últimos dias. A família não teve acesso ao executivo desde sua prisão.

Após a detenção, ele foi demitido da presidência dos conselhos de administração da Nissan e da Mitsubishi, que formam uma aliança automotiva com a Renault, montadora da qual ele continua como CEO, embora licenciado. A empresa francesa negou qualquer irregularidade nos pagamentos a Ghosn, que se diz inocente.

(ANSA)