16/12/2024 - 8:10
A campanha de Carlos Bolsonaro na eleição para vereador teve como maior fornecedora uma empresa que tem como sócio um primo do ativista bolsonarista Allan dos Santos. A Veritas Publicidade e Marketing Ltda recebeu R$ 289 mil do caixa eleitoral de Carluxo, reeleito em outubro para o sétimo mandato na Câmara do Rio. A empresa foi aberta em maio de 2023 e tem como sócios Anderson Braz da Silva Braga (à direita na foto abaixo), primo de Allan dos Santos, e Maurício Jacobsen da Costa (à esquerda), figura emergente no bolsonarismo e organizador do Congresso Brasil Conservador, um dos vários eventos que pipocaram nos últimos tempos aproveitando o boom da extrema direita.
A Veritas faturou um total de R$ 2,1 milhões com campanhas em 2024, embora seu endereço declarado à Receita Federal seja uma casa de classe média na cidade onde Costa nasceu, Camaquã (RS), a cerca de 130 quilômetros de Porto Alegre.
Além de Carlos, a Veritas Publicidade Marketing faturou alto com serviços a três campanhas do PL, todas no estado de São Paulo.
O prefeito eleito de São José do Rio Preto (SP), Coronel Fábio Cândido, pagou R$ 800 mil pelos serviços da empresa; a vereadora reeleita em São Paulo Sonaira Fernandes gastou R$ 350 mil; e o candidato a vereador paulistano não eleito Henry Tkacz, R$ 250 mil. A direção do PL em Sertãozinho (SP) também está na lista de contratantes da produtora, com gastos de R$ 300 mil.
O primo de Allan dos Santos trabalhou no Terça Livre, blog e canal de vídeo que o ativista mantinha até ser derrubado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, no âmbito de investigações sobre disseminação de notícias falsas e ataques ao Supremo. Alvo de ordens de prisão assinadas por Moraes, o bolsonarista está foragido desde outubro de 2021 e mora nos Estados Unidos.
Questionada pela coluna sobre os serviços a Carlos Bolsonaro e se Allan dos Santos já recebeu valores da empresa, a produtora disse que o blogueiro “não tem ligação alguma com a Veritas e jamais recebeu qualquer repasse da empresa”. O fato de o primo de uma estrela do extremismo de direita receber dinheiro do suspeito de chefiar a milícia digital do bolsonarismo, portanto, não passaria de uma coincidência.
Leia mais na coluna do Guilherme Amado