Carlos Bolsonaro reage à operação da PF contra Abin paralela: ‘Venezuela segue pulsante’

Crédito: Caio César/CMRJ
Carlos Bolsonaro Foto: Crédito: Caio César/CMRJ

O vereador Carlos Bolsonaro (PL) criticou a operação da Polícia Federal deflagrada na manhã desta quinta-feira, 11, contra a chamada ‘Abin paralela’ durante o governo do ex-presidente. Em sua conta no X (antigo Twitter), Carlos citou Lula e comparou o Brasil à Venezuela.

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“Pronto. Tuuuuuudo de novo e vamos de controle da NASA, bilhões para comprar aparelho de GPS e mais 10 trilhões para comprar uma pasta de dente. Só tabelar com a imprensa militante e abafa todos os escândalos do lula de novo. Enquanto isso o tal “gabinete da ousadia” comprovadamente do ódio e com esquemas de ligações com dinheiro público…. A Venezuela segue pulsante!”, escreveu o filho do ex-presidente.

 


A operação tem como objetivo desarticular a organização criminosa voltada ao monitoramento ilegal de autoridades públicas e à produção de notícias falsas. Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, nas cidades de Brasília (DF), Curitiba (PR), Juiz de Fora (MG), Salvador (BA) e São Paulo (SP).

“Nesta fase, as investigações revelaram que membros dos três poderes e jornalistas foram alvos de ações do grupo, incluindo a criação de perfis falsos e a divulgação de informações sabidamente falsas. A organização criminosa também acessou ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos”, informou a PF.

Os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio.

“Abin paralela”

A Polícia Federal apura o uso indevido da estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo passado para espionar adversários políticos, jornalistas e ministros do Supremo Tribunal Federal. Foi identificado que a Abin teria realizado cerca de 33 mil monitoramentos ilegais.

De acordo com as investigações, o sistema de geolocalização utilizado pela Abin é um software chamado FirstMile, que é capaz de invadir a rede de telefonia do País para, a partir do número de celular, saber a das pessoas sem a devida autorização judicial. O equipamentos foi adquirido com recursos públicos, mas seu uso teria sido desviado por servidores da agência.

Em outubro de 2023, a PF cumpriu 21 mandados de busca e apreensão, no âmbito da Operação Última Milha, em endereços ligados a suspeitos de aparelhar a Abin. Um dos alvos foi o ex-diretor da agência, o atual deputado federal e pré-candidato a prefeito do Rio de Janeiro Alexandre Ramagem (PL-RJ). Ramagem comandou a Abin entre 2019 e 2022.

No mesmo mês, uma nova fase da operação fez buscas na residência do vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho “02” do ex-presidente. Foram apreendidos um celular do vereador, notebook, computadores desktop e documentos.

Já em janeiro deste ano, a PF cumpriu novos mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, incluindo a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete policiais federais.