Nesta segunda-feira (5), o cantor Carlinhos Brown veio novamente, por suas redes sociais, desabafar sobre a intolerância religiosa direcionada às religiões de matriz africana. O desabafo aconteceu após a escultura de Mãe Stella de Oxóssi, a quinta ialorixá do Ilê Axé Opô Afonjá, que morreu em 2018, ter sido incendiada em Salvador, na Bahia, na madrugada de domingo (4).

No Instagram, Carlinhos disse: “Atenção para quem interessa este recado: Mãe Stella está no Orum (no céu) em um ponto inatingível pelas nossas discórdias e pelas nossas disvalias. As respostas espirituais também virão, e não virão pelo lado perverso. Virão sim pelo lado do ensinamento, que foi isso que ela nos deu. Mas eu, em corpo presente, posso dizer que, se vocês não aprenderam a respeitar suas mães, respeitem as dos outros”, começou escrevendo.

“O que o povo afroascendente quer é paz. Não estamos pedindo nada de ninguém, não estamos obrigando e envolvendo em nenhum tipo de crença. E que fique claro que Deus nem sequer tem religião, foram os homens que criaram esta ideia separatista através de um Deus que impusemos ao outro nos faz se perder. Coloca o mundo sem solução para as violências, para a fome e para tantas outras coisas. Porque somos nós ou alguns de nós semeadores da discórdia. Enquanto houver discórdia, Deus não ouvirá ninguém”, continuou.

“Principalmente este que não respeita a figura da mulher, e muito mais ainda a figura póstuma de uma mulher que agora é Eva, que sempre foi santificada e que nunca deixará de ser uma estrela. E a nossa Mãe é uma estrela, ela brilha no céu. Deixe que o fogo ela nos dê, porque sua intolerância não nos interessa, a imagem será reconstruída, e afinal, nós sempre resistiremos. Não somos donos da dor, não queremos a dor, e muito mais ainda vendo você sofrer a ponto de ferir o outro. Vá se curar, em nome de Deus e dos Orixás”, disse.

A postagem teve apoio de outros famosos. “Mãe Stela! Ela era O PODER, a DOÇURA, o RIGOR. Uma mulher rara. De uma força imensa. Que todos os atabaques ressoem para sua passagem”, disse Fafá de Belém. “O Racismo religioso extrapola os dois mundos”, comentou Carla Akotirene.

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