Considerando a elevação do nível do mar, as secas mais longas e a escassez de água em algumas zonas, os países do Caribe terão de fazer mais para enfrentar as mudanças climáticas, alertou um especialista cubano.

Antes da cúpula da Associação de Estados do Caribe (AEC), que tratará este tema no sábado em Havana, Abel Centella, diretor científico do Instituto de Meteorologia da Agência de Meio Ambiente de Cuba, descreveu um panorama difícil para esta região do mundo, uma das mais ameaçadas pelas mudanças climáticas.

O aumento do nível do mar “pode causar a perda de territórios, danos aos ecossistemas costeiros” e “danos consideráveis para o setor turístico”, atividade fundamental para vários países da região, afirmou Centella na quarta-feira em coletiva de imprensa.

Países como Cuba enfrentam “secas cada vez mais prolongadas”. Ao mesmo tempo, acrescentou, o incremento das temperaturas “pode prejudicar a produção de alimentos” e os “recursos hídricos, que já são escassos em algumas zonas” do Caribe.

“Houve um avanço [dos governos] em relação a esse nível de compreensão, de consciência e de entender que é um desafio e que é necessário começar a agir e a se preparar desde já”, mas isso “não é suficiente”, declarou Centella.

Nesse sentido, a ameaça sobrecarrega a capacidade dos países e impõe uma ação coordenada.

“Se o fizermos de maneira coordenada, podemos ser muito mais eficientes e obter resultados muito melhores”, acrescentou o cientista, ressaltando que “um desafio importante para a ciência no Caribe é traduzir os resultados científicos (…) em ações e políticas” concretas.

A AEC, que reúne 25 governos, espera avançar nos planos para combater as mudanças climáticas durante sua sétima cúpula.

rd/vel/yow/db/mvv