David Yates realizou os melhores filmes da série Harry Potter e na sequência fez seu belo Tarzan. Yates associa-se, agora, de novo, a J.K. Rowling em Animais Fantásticos e Onde Habitam. O longa tem roteiro da própria J.K., baseado em seu livro creditado a Newt Scamander, o mais destacado magizoólogo do mundo. Newt acredita que os animais mágicos não apenas existem, como devem ser estudados e protegidos. Seu livro virou obra de referência na escola de Hogwarts e, 70 anos depois, um de seus leitores contumazes é justamente o bruxinho, Harry.

O próprio Newt é protegido por Alvo Dumbledore, e todo mundo sabe a importância que o mago tem em Hogwarts. Na trama do novo filme, que inicia outra série, Newt, interpretado pelo ator Eddie Redmayne, desembarca em Nova York carregando uma mala com a qual conversa. A velha Europa está sob ameaça de um mágico sinistro, que promove ataque letais, Grindlewald. O que Newt está fazendo na ‘América’? E com quem conversa? É claro que com os animais fantásticos que consegue conter ali dentro. Mas não por muito tempo. Logo em seguida, NY está sob ataque e Newt precisa de ajuda. De seus animais, de Tina Goldstein, funcionária do Gabinete de Licenciamento de Varinhas Mágicas, de sua irmã Queenie e de Jacob Kowalski, que vai parar no meio dessa confusão simplesmente por ser aspirante a padeiro.

O resultado é outra bela fantasia de David Yates. Começa meio devagar, com o que parecem efeitos exagerados, e nisso se aproxima de Doutor Estranho, de Scott Derrickson. Mas, logo, as coisas começam a se encaixar. A guerra entre o mundo mágico e o dos otários, a lealdade duvidosa de Percival Graves, diretor de segurança mágica do Macusa, que congrega os mágicos nos EUA. E os animais – Farosutil, Tronquilho, Erumpente, Pelúcio, o que inicia a confusão toda ao escapar da mala, ao chegar a NY. Os efeitos subordinam-se à história, e agora é o afeto, que tanto atrai Yates. O mundo que ele pinta é ameaçado pelo radicalismo. Sempre tem gente, nas sombras, pronta para capitalizar a angústia e a insatisfação.

David perdeu os pais muito cedo, daí sua afinidade por esses personagens atravessados, carentes, que ele filma tão bem. O que salva é o que Queenie sente por Jacob, a ligação que surge entre Newt e Tina, e a verdadeira devoção de Newt pelos animais. Eddie Redmayne cria seu personagem mais doce, e não é pouco.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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