O cardeal canadense Marc Ouellet, que ocupa um cargo de alto escalão no Vaticano, anunciou, nesta terça-feira (13), que apresentou uma denúncia por difamação perante a justiça de seu país contra uma mulher que o acusou de agressão sexual.
“Hoje estou entrando com uma ação judicial por difamação perante os tribunais de Quebec, para demonstrar a falsidade das acusações apresentadas contra mim e para restaurar minha reputação e minha honra”, disse o cardeal de 78 anos em nota.
Em agosto, o atual prefeito da Congregação para os Bispos foi acusado de tocar indevidamente em uma bolsista entre 2008 e 2010, quando era arcebispo de Quebec, segundo documentos judiciais admitidos pelo Tribunal Superior dessa província francófona.
Ouellet recebeu o apoio do papa Francisco e negou “firmemente” essas acusações “difamatórias”, segundo ele. Também expressou sua vontade de participar de um processo para provar sua “inocência”.
“Nunca tive gestos ou comportamentos repreensíveis”, insistiu nesta terça-feira.
Contatado pela AFP, Alain Arsenault, o advogado da denunciante – designada com a letra “F.” e que afirma ter sido agredida diversas vezes – disse que ainda não recebeu nenhuma cópia dessa denúncia.
“Qualquer processo de sua parte será fortemente contestado”, alertou Arsenault.
Marc Ouellet foi citado entre os favoritos do último conclave, no qual o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio foi eleito papa em março de 2013.
Em agosto, o papa Francisco considerou que havia “elementos suficientes para abrir uma investigação canônica” contra o cardeal canadense.