CIDADE DO VATICANO, 18 FEV (ANSA) – O cardeal Angelo Becciu negou as acusações feitas pela Procuradoria italiana de Sassari nesta semana e informou nesta sexta-feira (18) que não desviou dinheiro do Instituto para Obras da Religião (IOR) e da Conferência Episcopal Italiana (CEI).   

No dia 15 de fevereiro, o MP italiano determinou uma série de ações de busca e apreensão nas cidades de Ozieri, Pattada, Bono e Roma por um suposto desvio de verbas da Igreja para parentes e amigos do religioso.   

“Sobre a Cooperativa Spes, estou feliz e orgulhoso de ter conseguido fundos para apoiar essa instituição que dá trabalho para 60 jovens: ex-drogados, ex-presidiários, jovens com problemas de saúde. É uma cooperativa, braço direito da Cáritas de Ozieri, empenhada no problema social. A acusação que me fizeram de que, enviando dinheiro para a Cáritas, eu quis favorecer meus familiares, é uma acusação da qual vou me defender nos tribunais, que rejeito e sempre rejeitarei”, disse o religioso.   

Dizendo que vai se defender “com os mesmo documentos usados contra ele”, Becciu detalhou os valores dados para a Cáritas local entre 2013 e 2018, que somam cerca de 225 mil euros. Parte do montante enviado em 2018 ainda estariam bloqueados na conta da ONG católica porque o bispo ainda não deu ordem para iniciar a construção de uma casa de atendimento para famílias pobres.   

Esse é o segundo escândalo que em que Becciu é envolvido em menos de um ano.   

O Tribunal da Santa Sé iniciou no ano passado um julgamento que tem o cardeal, ex-número 2 da Secretaria de Estado do Vaticano, principal Dicastério da Cúria Romana, e outras nove pessoas respondendo por crimes financeiros, incluindo peculato, lavagem de dinheiro, fraude, extorsão e abuso de poder, na aquisição de um edifício em Londres que causou um rombo de 350 milhões de euros nas contas do Vaticano.   

O dinheiro usado na negociação veio do Óbolo de São Pedro, um sistema de arrecadação de dinheiro para caridade da Igreja Católica. Becciu sempre negou as acusações e alega que o prédio de luxo foi comprado com recursos da Secretaria de Estado.   

(ANSA).