BERLIM, 4 JUN (ANSA) – O arcebispo de Munique, cardeal Reinhard Marx, apresentou sua renúncia ao papa Francisco, em meio às investigações sobre casos de pedofilia e abusos sexuais por parte do clero alemão.
Marx não é alvo de inquéritos, mas foi presidente da Conferência Episcopal da Alemanha entre 2014 e 2020 e disse em um comunicado que é preciso “compartilhar a responsabilidade pela catástrofe dos abusos sexuais cometidos por membros da Igreja nas últimas décadas”.
De acordo com o cardeal, os inquéritos já demonstraram “muitos fracassos pessoais e erros administrativos, mas também fracassos institucionais ou sistêmicos”. Além disso, Marx ressaltou que a Igreja Católica está em “ponto morto”.
“Quero demonstrar que o cargo não está em primeiro lugar, mas sim o Evangelho”, disse o cardeal, acrescentando que está disposto a assumir uma “responsabilidade pessoal”.
É aguardada para os próximos meses a conclusão de uma perícia sobre suspeitas de abusos na Arquidiocese de Munique, chefiada por Marx desde 2008.
O prelado é uma das figuras mais proeminentes do clero da Alemanha e também integra o poderoso conselho de cardeais formado pelo papa Francisco para reescrever a Constituição Apostólica sobre a organização da Cúria Romana.
Recentemente, o pontífice ordenou uma inspeção apostólica na Diocese de Colônia, uma das principais da Alemanha, após a divulgação de um dossiê que aponta pelo menos 314 vítimas de abusos sexuais entre 1975 e 2018.
Cerca de metade das vítimas eram menores de 14 anos. (ANSA).