Cardeais iniciam conclave para definir sucessor de Francisco

VATICANO, 7 MAI (ANSA) – Os 133 cardeais eleitores deram início na tarde desta quarta-feira (7) na Capela Sistina, no Vaticano, ao conclave que definirá o próximo líder da Igreja Católica, após a morte do papa Francisco.   

O rito teve início na Capela Paolina do Palácio Apostólico, onde todos os religiosos fizeram uma oração em latim, presidida pelo secretário de Estado da Santa Sé, Pietro Parolin, antes de partirem em procissão rumo à sala que abriga os afrescos de Michelangelo.   

Na frente estiveram os mestres de cerimônias com a cruz e dois castiçais, seguidos dos cantores, dos prelados, dos protonotários apostólicos e do eclesiástico, que conduz a meditação, neste caso, o cardeal Raniero Cantalamessa.   

Por fim, os cardeais eleitores seguiram na ordem de diáconos, presbíteros e bispos. A procissão foi acompanhada pelas ladainhas dos santos, cerca de 90 invocações a santos e mártires para pedir proteção sobre os trabalhos do conclave.   

Ao entrarem na Capela Sistina, cada cardeal tomou o seu lugar, enquanto o “Veni Creator”, a invocação ao Espírito Santo, foi cantado.   

Logo depois, foi realizado o juramento, primeiro coletivamente e depois individualmente, um por um. Os cardeais juraram diante de Deus serem fiéis à sua tarefa em caso de eleição como papa e também segredo quanto ao trabalho do conclave.   

Parolin, que preside o processo, leu o texto em nome de todos, que diz que os cardeais juram “observar com a máxima fidelidade e com todos, clérigos e leigos, o segredo sobre tudo o que de alguma forma diz respeito à eleição do Romano Pontífice e sobre o que acontece no local da eleição” e “não violar esse segredo de forma alguma, nem durante nem depois da eleição do novo pontífice” e “nunca dar apoio ou favor a qualquer interferência, oposição ou qualquer outra forma de intervenção”.   

O cardeal e arcebispo católico indiano, George Jacob Koovakad, foi o último a prestar juramento e é ele também quem iniciará a votação para escolher o 267º pontífice da história da Igreja Católica.   

Na sequência, o mestre de cerimônias, monsenhor Diego Ravelli, declarou o “Extra omnes” (Todos para fora, no português), retirando os presentes que não podem acompanhar o conclave e fechou as portas da capela.   

Próximos passos – A partir de agora, não haverá mais conexão entre os cardeais e o mundo exterior. Com as portas fechadas e longe das câmeras, os religiosos ouvirão a meditação de Cantalamessa. Ao final dela, ele e Ravelli deixarão a Capela Sistina.   

Neste ponto, o cardeal decano, que dentro do conclave é Parolin, pergunta aos eleitores se devem prosseguir para a primeira votação. Neste caso, uma maioria simples é suficiente.   

Antes da votação, os cardeais realizam sorteio para delegar funções específicas: três escrutinadores -responsáveis por fazer a contagem dos votos -; três infirmarii – recolhem votos dos cardeais doentes quem não tiveram condições de depositar na urna -; e três revisores, que conferem a apuração dos votos.   

Em seguida, os cardeais eleitores recebem as cédulas de votação com a frase “Eligo in Summum Pontificem” (Elejo como Sumo Pontífice, do latim), com um espaço para escrever o nome do escolhido, e ocorre a votação propriamente dita do novo papa, cujo quórum é de 89 votos.   

Todos os cardeais caminham um a um – do mais velho para o mais novo – até o altar, fazem um juramento e depositam a cédula dobrada duas vezes em um recipiente.   

A primeira fumaça da queima dos votos dos cardeais deve, portanto, ocorrer por volta das 19h ou 19h30, ou seja, 14h ou 14h30 da tarde no horário de Brasília.   

A definição será conhecida pela cor da fumaça que sairá da Capela Sistina. Se ela for preta, significa que a votação não chegou a um nome de consenso. Já a fumaça branca indica que o novo papa foi escolhido. A expectativa é que a votação dure de 2 a 3 dias. (ANSA).