TAPACHULA, 22 OUT (ANSA) – A caravana de migrantes que partiu de Honduras em direção aos Estados Unidos no último dia 13 chegou a mais de sete mil integrantes, segundo estimativa divulgada nesta segunda-feira (22) por autoridades da Guatemala e do México.   

“Estamos fazendo grandes esforços para parar a investida de alienígenas ilegais, que tentam cruzar nossa fronteira ao sul.   

As pessoas devem pedir asilo ao México primeiro e, se não obtiverem sucesso, os Estados Unidos irão mandá-los de volta. Os tribunais estão pedindo aos Estados Unidos que façam coisas impossíveis!”, tuitou o presidente norte-americano, Donald Trump, referindo-se ao caso.   

Além de mandar mensagens pela internet, o magnata republicano ameaçou suspender ajudas internacionais a Guatemala, El Salvador e México, caso não consigam parar a caravana. Ele ainda afirma que há criminosos do Oriente Médio infiltrados no grupo e culpa os deputados democratas pela situação, já que não aprovaram propostas de endurecimento das leis norte-americanas de imigração.   

O presidente hondurenho, Juan Orlando Hernandez, pediu aos cidadãos do país que não se juntem à caravana. O governo enviou ônibus à fronteira entre México e Guatemala para buscar imigrantes que desistissem da travessia.   

Autoridades mexicanas disseram que vão parar todos aqueles que cruzarem a fronteira sem passaportes ou vistos válidos. O governo informa que já recebeu 1.028 pedidos de asilo desde a última sexta-feira (19). Policiais mexicanos tentaram impedir o grupo de cruzar a divisa, mas não conseguiram conter a multidão.   

As autoridades estimam que mais de 900 imigrantes tenham cruzado a fronteira pelo rio Suchiate, que separa os dois países.   

Neste domingo (21), o grupo chegou à cidade mexicana de Tapachula, a 37 quilômetros da fronteira. “Nos oferecem documentos, mas nos levam de ônibus e nos detêm por tempo indefinido. Muitos de nós precisam de asilo mas o que o México está fazendo é nos enganar”, disse Omar Contreras, um dos líderes dos refugiados.   

Segundo a ONG Save the Children, um em cada quatro membros da caravana é menor de idade. “É fundamental garantir que as crianças permaneçam com suas famílias em condições dignas, em espaços que não as prive de liberdade”, disse Herminia Jimenez, coordenadora da ONG em Tapachula. O Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) também enviou representantes para avaliar as necessidades dos menores presentes no grupo. O movimento começou com cerca de mil hondurenhos que saíram da cidade de San Pedro Sula no último dia 13, a pé, para fugir do desemprego e da violência no país . A caravana foi divulgada pelas redes sociais por um ex-deputado e rapidamente ganhou seguidores. Ao longo do caminho, passando pela Guatemala, o grupo ganhou ainda mais adeptos. A região tem uma das taxas de homicídios mais altas do mundo. (ANSA)