Caravana de migrantes deseja retornar à Venezuela por medo de políticas de Trump

Policiais panamenhos impediram, nesta terça-feira (11), a passagem de uma caravana com dezenas de migrantes, a maioria venezuelanos, que cruzaram da Costa Rica para o Panamá após desistirem de seguir para os Estados Unidos devido às dificuldades da travessia e às rigorosas políticas de deportação de Donald Trump.

A cinco quilômetros da fronteira de Paso Canoas, um grupo de policiais obrigou a caravana a retornar ao território costarriquenho para se submeter a um processo legal de repatriação, constataram colaboradores da AFP no local.

Agentes da polícia de fronteira discutiram com o grupo, mas o incidente não passou disso. Os migrantes subiram em ônibus para serem levados a um abrigo na fronteira.

“Fomos buscar um sonho e uma missão que não pôde ser cumprida e agora estamos voltando para casa novamente”, disse à AFP um migrante não identificado, em uma estrada de Paso Canoas, cerca de 365 km a sudoeste da Cidade do Panamá.

Outros migrantes afirmaram à imprensa local que também estavam voltando frustrados pela “situação nos Estados Unidos”, que endureceu suas políticas contra a migração após Trump assumir o poder.

Pouco antes de os migrantes serem forçados a voltar, os ministros da Segurança da Costa Rica, Mario Zamora, e do Panamá, Frank Ábrego, haviam concordado que o grupo seria enviado para um abrigo em território costarriquenho.

No abrigo, os migrantes se submeterão a controles biométricos para averiguar antecedentes criminais e, em seguida, serão enviados de ônibus ao Panamá para repatriação “por via aérea ou marítima”, de acordo com um comunicado do Ministério da Segurança panamenho.

Muitos desses migrantes haviam cruzado semanas ou meses antes a inóspita selva do Darién, na fronteira entre Panamá e Colômbia. Até o momento, cerca de 2.500 pessoas atravessaram esta perigosa rota em 2025, o que representa uma redução de 95% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

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