O “capitão” Matteo Salvini, como é chamado o líder italiano da Liga, de extrema direita, voltou neste sábado (18) à sua cidade natal, Milão, para se consagrar como o paladino de uma nova Europa.
Apoiado por vários partidos de ultraconservadores de todo Velho Continente, o capitão chegou com um terço nas mãos e concluiu sua pregação com um “confio no coração imaculado de Maria para obter a vitória”.
Salvini não poupou elogios a Bento XVI e a João Paulo II, para ele exemplos de pontífices positivos, em uma crítica velada ao papa Francisco, conhecido por sua defesa dos imigrantes.
“Salvini é nosso capitão. Conseguiu unir muita gente e recuperar o orgulho de ser italiano que havíamos perdido”, disse Elena Alessandria, uma aposentada de 60 anos que vive em Alba, norte da Itália.
“Queremos ser um país italiano, com uma moeda italiana. Queremos voltar a ser o que éramos antes: uma nação digna e independente”, acrescentou.
O “Salvini Day”, como a imprensa local está chamando, quer ser a grande festa que deve impulsioná-lo como a figura-chave do futuro Parlamento Europeu, após as eleições de 26 de maio.
A decisão do “capitão”, como ministro do Interior, de fechar os portos aos imigrantes que fogem pelo Mediterrâneo, é aplaudida por seus simpatizantes.
Para Simone De Giorgio, “em apenas dez meses Salvini conseguiu fazer o que os italianos de centro direita esperam há mais de 20 anos”.
Segundo ele, entre as conquistas do ministro, estão o direito à autodefesa, a possibilidade de antecipar a aposentadoria e a inclusão de aulas de educação moral e cívica nas escolas.
O jovem, de 21 anos, que militava na Forza Italia (FI), partido do magnata Silvio Berlusconi, passou para a Liga há dois meses, seduzido pela política de Salvini.
“É a única força capaz de dar respostas sérias e concretas aos cidadãos”, afirma.
Em silêncio, outra Itália protestou neste sábado. Também em Milão, bandeiras e cartazes pendurados nas janelas traziam frases contra a política de Salvini.
Em um prédio, um pedaço de lençol com mensagem escrita a mão dizia “Você não é bem-vindo”. Em outro, um cartaz pedia “Portos abertos”.
“Fora, fora”, gritava um grupo controlado a distância por um imponente dispositivo de segurança mobilizado diante do temor de choques com a contramanifestação organizada no parque Sempione.