A Segunda Turma do STF, ops!, errei, vou recomeçar: a Quinta Turma do STJ anulou, por 4 votos a 1, a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Flávio “Rachadinha” Bolsonaro. Com isso, todos os dados obtidos pela investigação não poderão ser usados como prova contra o maior vendedor de panetones de chocolate, em dinheiro vivo, do mundo.

O senador, como é sabido, responde a processos por peculato, nome correto para as tais das “rachadinhas”, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Segundo denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro, o então deputado, através de Fabrício Queiroz, amigo de décadas do seu pai, ex-assessor e uma espécie de “faz tudo” da família Bolsonaro, exigia a devolução de parte dos salários dos funcionários de seu gabinete, na ALERJ (Assembleia Legislativa do Rio de janeiro).

Ato contínuo, Queiroz depositava, através de operações fracionadas de 2 mil reais, sempre em espécie, na conta ou do próprio Flávio ou de sua esposa. Além disso, o miliciano também pagava contas particulares da família do senador, e, inclusive, depositou vultosa quantia, de cerca de 90 mil reais, na conta corrente da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, no caso que ficou conhecido como “micheques”. E ainda, operações imobiliárias de compra e de venda de imóveis, com parte dos pagamentos em dinheiro, eram comuns a Flávio e a seus irmãos.

Em 2019, o ministro Dias Toffoli, o “amigo do amigo de meu pai”, em decisão monocrática em um plantão judiciário, já havia proferido uma importante decisão favorável ao filho do seu BFF (Best Friends Forever), Jair Bolsonaro. E outro ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), o “mais amado do Brasil”, Gilmar Mendes, também vem decidindo a favor do bolsokid 01. Aliás, Mendes e Bolsonaro se tornaram mais próximos recentemente. Brasília e o Poder têm essas coisas.

Daí, para a indicação de um nome comum que agradasse aos amigos, foi um pulo, e Kassio Nunes Marques é hoje o fiel da balança na Segunda Turma do STF, coincidentemente aliado – e alinhado! – a Mendes e Lewandowski, geralmente a favor do corrupto e lavador de dinheiro, Lula da Silva, e contra o ex-juiz federal e ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, e a Lava Jato.

Alguma ilegalidade na história toda? Nenhuma. Alguma acusação de favorecimento ou outro tipo de ajuda “auricular” da minha parte? Nenhuma. Todos os ministros estão decidindo única e exclusivamente de acordo com as leis, sem ver – como diria Marco Aurélio Mello – a capa do processo? Imagino e espero que sim. Bruxas existem? Não creio, mas que las hay, las hay. E o Capitão Nascimento, também.