A seleção brasileira de futebol de areia foi a primeira a conquistar um hexacampeonato mundial para o País. O sexto título veio em fevereiro deste ano. Agora, um dos pilares da equipe vencedora, o capitão Bruno Xavier, vendeu a medalha conquistada em Dubai para ajudar a igreja que frequenta a instalar seis aparelhos de ar-condicionado.

A medalha do título foi anunciada por R$ 42.550, o valor orçado para comprar os equipamentos e bancar a instalação. O comprador foi um homem do Rio de Janeiro que não teve a identidade revelada. A doação será feita para a Casa da Paternidade, em Anchieta, no Espírito Santo. A igreja foi inaugurada há um mês no local que ocupa atualmente.

De acordo com o jogador, o calor que afetou o Sudeste do País nas últimas semanas tornou necessária a climatização do espaço. “Senti no meu coração. O culto teve até que terminar antes por causa do calor. Semana passada fiz um vídeo pedindo se algum conhecia um colecionador. O valor dos aparelhos era R$ 42,5 mil, mandei o orçamento para ele, e ele mandou R$ 50 mil. Ele não quer a medalha, mas vou enviar para ele”, contou Bruno.

A venda foi anunciada no Memorabília do Esporte, e-commerce especializado em itens colecionáveis do esporte. O site anuncia, por exemplo, uma medalha produzida pela Casa da Moeda do Brasil em celebração ao bicampeonato da Copa do Mundo em 1958 e 1962, ao custo de R$ 31,8 mil.

Aos 39 anos, Bruno Xavier é um dos maiores jogadores da história do futebol de areia. Ele foi eleito o craque da Copa do Mundo 2013 e melhor jogador do esporte em 2014. O camisa 8 é o oitavo maior artilheiro da seleção brasileira, a mais alta posição entre os atletas ainda em atividade. Foi dele um dos gols da final de 2024, vencida por 6 a 4 contra a Itália. Xavier também estava no título de 2017. “Fui um dos últimos atletas convocados, pude ajudar a seleção e jogar. Sei que foi Deus que me deu força para jogar uma Copa do Mundo aos 39 anos. Só retribui”, fala Bruno Xavier.

O capitão estreou pela seleção brasileira de beach soccer em 2008. Antes, ele já tinha se destacado na liga italiana de futebol de areia. No Brasil, ele passou por Vasco, Corinthians, Espírito Santo e Sampaio Corrêa. As experiências fora do País incluem as ligas de Portugal e Rússia, duas referências mundiais de beach soccer.