05/10/2024 - 12:01
ROMA, 5 OUT (ANSA) – A cidade de Roma reforçou a segurança neste sábado (5), com controles policiais nos principais postos da capital da Itália, para um protesto pró-Palestina proibido pelas autoridades.
Entre as medidas estão verificações em estações ferroviárias e pedágios de rodovias e um dispositivo de segurança especial ao redor da área da Piazzale Ostiense.
O objetivo é interceptar infiltrados violentos entre os grupos que, desafiando a proibição, tentarão se reunir na praça romana para iniciar a marcha às vésperas do dia 7 de outubro, data do primeiro aniversário do ataque do Hamas a Israel, que deixou mais de 1,2 mil mortos.
O ministro do Interior da Itália, Matteo Piantedosi, destacou que a manifestação é “ilegal” e garantiu que será “gerida com equilíbrio pelas forças policiais, nas quais confia cegamente”.
Até o momento, 1,6 mil cidadãos foram verificados pelas autoridades, sendo que 19 foram levados à delegacia. Enquanto isso, um protesto online denuncia que muitas pessoas estão sendo impedidas pela polícia de Roma de chegar na manifestação.
Já na Piazzale Ostiense é possível ouvir gritos de “Palestina Livre”, “Israel Criminoso” e “Intifada Agora” entoados pelos primeiros grupos de manifestantes que desafiaram a proibição. A área é fortemente vigiada e um helicóptero sobrevoa a região.
“A Itália interrompe a venda e o envio de armas a Israel. Que termine imediatamente o genocídio em Gaza”, afirmam os participantes, criticando a primeira-ministra Giorgia Meloni, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o premiê israelense, Benjamin Netanyahu.
Segundo as autoridades, ao menos 5 mil pessoas estão presentes no ato. “Apesar da proibição, saímos às ruas porque temos uma responsabilidade histórica. Pedimos o fim dos bombardeios. A Itália deve adotar uma linha clara. Houve uma mistificação sobre esta manifestação”, explicou um dos representantes da União Democrática Árabe Palestina.
“A proibição não veio para garantir a paz, mas para garantir a guerra. Poderia ter havido muitos mais de nós se este não fosse um Estado policial, um Estado fascista”, acrescentou um jovem ativista.
A expectativa é de que mobilização também ultrapasse as fronteiras da capital. Em Cagliari haverá uma manifestação para dizer não à lei de Segurança e para exigir a possibilidade de “manifestar-se livremente a favor do povo palestino”.
Já em Turim, a sede da polícia proibiu a manifestação pró-palestina convocada para a próxima segunda-feira (7), aniversário dos ataques do Hamas a Israel, dizendo que a data deve ser alterada e não deve ser uma marcha. (ANSA).