Diagnosticada com um câncer de pulmão em 2021, durante exames de rotina, a cantora Rita Lee morreu na segunda-feira (8), aos 75 anos. Em abril de 2022, familiares disseram que Rita, conhecida como a ‘Rainha do rock brasileiro’ havia sido curada da doença após imunoterapia e radioterapia, mas, em fevereiro de 2023 ela foi internada às pressas no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Na época, Roberto de Carvalho, esposo da artista, disse nas redes sociais que “qualquer pessoa que passou ou passa por tratamento oncológico, internações para exames e avaliações podem ser necessárias”.

O médico Adolpho Baamonde comenta que o câncer de pulmão é o tumor que mais mata no mundo. Globalmente, são 1,8 milhão de vítimas por ano. Na América Latina, são 86 mil mortes anuais causadas pela doença.

Especialista em cirurgia oncológica, o profissional explica que a mortalidade desse tipo de câncer está ligada ao fato de ele não apresentar sintomas logo no início.

“Quando a maioria das pessoas descobre a doença, ela já está fase de metástase. O câncer de pulmão é silencioso, e dificilmente diagnosticado nas fases iniciais. Quando o paciente chega ao cirurgião ou oncologista, a doença está avançada. Quanto aos sintomas, não são exclusivos do câncer de pulmão, e podem aparecer também em condições clínicas benignas”, explica.

Baamonde pontua também que 90% dos casos estão ligados ao tabagismo. Os outros 10% estão relacionados a fatores como histórico familiar, exposição à poluição ou a substâncias cancerígenas. Ainda de acordo com o médico, um especialista deve ser procurado para rastreamento da doença, se houver fator de risco, como tabagismo e outras doenças das vias aéreas.

“O alerta fica em caso de tosse que persiste por mais de oito semanas. Nesse caso, deve ser investigado. Em caso de pessoas com tosse crônica, como asmáticos, é importante estar atento ao padrão do escarro, que se torna amarelado ou sinais de sangue. Outros sinais são dispneias, fadiga e cansaço progressivo. O paciente com câncer perde peso, fica limitado na prática de atividades diárias. Mas, como toda doença crônica, aparece progressivamente”, comenta.

“O diagnóstico é feito por tomografia de baixa resolução do tórax, sem contraste, que consegue gerar uma imagem do pulmão o suficiente para poder identificar algum nódulo ou massa. Pacientes que tiverem alguma alteração sugestiva fazem biópsia para diagnóstico precoce”, conclui.