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O cantor Romero Ferro é um entusiasta do frevo, recentemente ele lançou o álbum “Frevália” que conta com grandes participações, como Lia de Itamaracá, Fafá de Belém, Daniela Mercury, Mart’nália, Rodrigo Alarcon, Clarice Falcão, Gaby Amarantos, Maestro Spok, Bixarte, e Orquestra 100% Mulher. Unindo o ritmo ao pop tropical, ele apresenta as diversas possibilidades que a música proporciona e explora todo o seu potencial. Seu objetivo é não só apresentar as faixas ao público, mas fazer do “Frevália” um movimento cultural.
O artista faz um alerta para a invisibilidade que afeta diretamente o ritmo que possui tanta brasilidade: “O frevo não tem espaço no mercado da música, das plataformas aos festivais”, afirma. Embora seja reconhecido como Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco), a sua potência não é explorada. Aliás, ele aponta que o frevo ainda é muito estereotipado e o colocam apenas no cenário carnavalesco:
“As pessoas escutam e falam: ‘Ah, é uma música de carnaval, é para ouvir no carnaval.’ O frevo pode sim, claro, ser ouvido no carnaval porque ele se fortaleceu naqueles dias incríveis, mas é um ritmo pop”, declara Romero. O cantor fala sobre a sua relação com a música, pois tem como missão incentivar outras pessoas a se conectarem com o frevo independente da data: “A gente pode ouvir o ano inteiro”.
Romero comenta que até no momento de incluir as suas músicas nas plataformas digitais, percebe certa dificuldade: “Me perguntam: “A gente vai colocar a sua música onde? No pop, mpb, no regional? Sempre chegam essas dúvidas”. Como um pernambucano que cresceu ao som do frevo percorrendo o tradicional bloco do Galo da Madrugada, ampliar a visão para que as pessoas, as plataformas e os grandes festivais voltem os olhares para o ritmo é muito importante:
“Os meus pais me levavam para ver shows de frevo, a gente ficava na rua, no sol quente e eu pensava: Um dia vou tá aqui. E vou abraçar essa luta, levando o frevo cada vez mais longe e para um público cada dia maior”.
Romero Ferro conclui exaltando a relevância do frevo para a música brasileira: “O Frevo é parte genuína da música popular brasileira, é música tropical, quente, solar e que merece voar sempre alto. Até os alguns veículos de imprensa muitas vezes querem rotular como “música regional” e negam o devido espaço. Isso não cabe mais nesse momento da música Brasileira! O Frevo é Pop sim e vamos abrir esse espaço custe o que custar”, finaliza.