16/05/2023 - 9:15
Na noite da última segunda-feira (15), o cantor Bruno, da dupla com Marrone, usou as redes sociais para se desculpar com a repórter Lisa Gomes, da RedeTV!, após um ato transfóbico em um evento.
Durante um evento no Villa Country, em São Paulo, na última sexta-feira (12), o sertanejo constrangeu a repórter, que é uma mulher trans, ao perguntar se ela tinha o órgão masculino.
Diante da repercussão negativa da fala, Bruno usou seu Instagram para se desculpar com Lisa e classificou seu ato como “infantil e inconsequente”.
“Eu ‘tô’ aqui para pedir desculpas para a Lisa Gomes pelo que eu perguntei para ela. Fui totalmente infantil, fui totalmente inconsequente e eu quero pedir desculpa. Acho que não tem como voltar no tempo e [é] pedir perdão pra ela, tá? Perdão, Lisa Gomes”, declarou Bruno.
Após a declaração de Bruno, Lisa também usou o Instagram para comentar o ocorrido. Segundo ela, a fala do sertanejo fez com que ela se sentisse “violada”.
“Foi horrível o que eu escutei porque me trouxe a um lugar que eu não gostaria. Quando a gente passa por um processo de transição, é um processo muito doloroso, muito difícil, porque eu nunca soube lidar bem com a aceitação do corpo. Tudo isso que vocês já conhecem em relação a mulheres trans. De forma mais clara, que a gente nasce em corpo errado”, disse.
“Me senti invadida, senti a minha intimidada exposta de uma forma que eu não gostaria que fosse. Então, tudo isso me fez muito mal, tudo isso me fez voltar a um lugar que eu não gostaria. Quando vem de um artista tão consagrado e querido do público, porque como cantor eu acho ele sensacional, tem uma voz incrível, mas no mais não tem o que falar. Eu me senti desrespeitada por você, sim, Bruno. Eu não gostaria que você sentisse isso também porque é muito ruim”, acrescentou.
Lisa Gomes ainda pediu para que Bruno reconheça que errou e que as desculpas não sejam somente da boca para fora.
“Acho que a retratação maior é reconhecer mesmo que fez não foi legal, machucou, incomodou não só a mim, mas toda uma comunidade, que luta por respeito, espaço no mercado de trabalho. Eu, hoje, sirvo de representatividade pra tantas meninas, mulheres transexuais que querem entrar nesse mercado de trabalho. É isso que eu faço”, completou.