Os bastidores do livro que narra a vida de Caetano Veloso foram longos. Carlos Eduardo Drummond, autor ao lado de Marcio Nolasco, calcula 20 anos entre o início do projeto e agora. “Foram seis anos de pesquisa e um de redação da primeira versão. Mas ele ficou engavetado entre 2004 e 2015, até que retomamos o projeto.”

Drummond diz que já tinha quase 100 entrevistas feitas quando procurou Paula Lavigne para apresentar o projeto. “Mas acho que ela tomou um susto, deve ter se perguntado ‘o que esses caras estão fazendo?’” A editora original, Objetiva, exigia uma autorização do cantor por escrito, mas Caetano não atendeu. Drummond e Nolasco propuseram um contrato coletivo, para o livro ser assinado por todos, mas o músico também não aceitou. O livro foi então engavetado e a Objetiva desistiu de lançá-lo.

Procurada pela reportagem, Paula Lavigne diz que Caetano não aceitou participar do projeto porque achou o texto fraco. “É de baixo nível literário”, disse ele. Paula afirma que o cantor não quer se pronunciar agora sobre o lançamento por estar em uma situação difícil. “Se falar mal, vão dizer que está proibindo o livro. Se falar bem, vai mentir. Ele prefere o silêncio. Caetano é muito apegado à língua portuguesa, sofreu muito lendo o material que mandaram.” Ela diz ainda que não há nenhum fato narrado que incomode o músico.

Drummond diz que o material que Caetano leu era uma versão muito inicial do projeto. “Nós reescrevemos, o livro mudou muito.” À parte das polêmicas, Paula e Caetano Veloso assinaram as autorizações de imagem para que a editora pudesse usar as fotos. “E não fizeram nenhuma contrapartida para isso”, diz o autor. “Se quiséssemos criar algum problema, não autorizaríamos as fotos”, diz Paula.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.