A atriz e cantora Antonia Morais foi a convidada da live da IstoÉ Gente na última sexta-feira, (27). Filha da atriz Glória Pires com o cantor Orlando Morais e meia-irmã da atriz Cleo Pires, Antonia, na conversa com o repórter Rafael Ferreira, falou sobre sua carreira de atriz e o mergulho atual como cantora. Ela teve participações nas novelas “Guerra dos Sexos” (remake 2012), em que atuou ao lado de sua mãe, e em “Love Story”. “Foi um sonho. Parecia que estava em um conto de fadas. É difícil fazer novelas”, garante.

Na entrevista,  Antonia fez uma divagação na vida desde o tempo do anonimato, quando morava em Paris (França), e se decidiu pela carreira de atriz. Ela conta que o start foi dado depois de assistir um filme de Pedro Almodóvar “Abraços Partidos”. A obra do diretor espanhol, com Penélope Cruz, serve como homenagem ao processo de filmagem, ao cinema e a vários de seus gêneros. A narrativa do filme aborda ainda temas diversos como voyeurismo, repressão psicológica, prostituição, morte, vingança, obsessão, doença e drogas.

Desde muito cedo, a atriz  acompanhava seu pai nos estúdios e nas canções. No bate-papo, ela afirma que surgiu daí essa paixão pela música. A carreira musical “solo” dela começou em 2015, quando lançou Milagros, que serviu de prévia para um álbum de estúdio no ano seguinte. “Atuar e cantar foram sempre muito presentes em minha vida. Quando faço música, as influências são muito orgânicas, indiretas”, disse. A cantora assegura que não gosta de colocar pressão sobre as decisões de vida e que elas se manifestam organicamente. “Sou fluida, volátil e livre”, afirma.

O segundo álbum de Antonia recebeu o nome de “Luzia 20.20”, no qual assina as sete faixas, um passeio por referências da MPB, trip hop, indie e pop rock. A “Luzia” do título se refere ao fóssil humano mais antigo da América do Sul, descoberto em Minas Gerais e destruído no incêndio que consumiu o Museu Nacional em 2018. “20.20” é uma referência a este ano, impactado pela crise sanitária da Covid-19. Ela disse que o impulso para o disco veio da vontade de “fazer um álbum mais voltado para os sons do Brasil”. “Queria me arriscar a escrever e cantar em português”, finaliza.

Antonia avalia que, em comparação com seu disco anterior, o atual trabalho é fruto do seu amadurecimento: “Acho que não foi uma evolução, foi mesmo uma transformação. “Milagros foi um álbum muito fiel aquele momento de minha vida, quando tive necessidade de fazer um som mais doido, mais sujo e mais agressivo. Em Luiza rolou mais maturidade e está sendo muito fiel a este momento que estou vivendo”, conclui.