A leitora e o leitor já viram inúmeras fotos similares a essa que está acima – e, como também o olhar acostuma-se ao que vê, fica claro que são imigrantes abandonando o seu país e tentando entrar legal ou ilegalmente em outro território. Mas cadê as pessoas esquálidas e muito sofridas que singram dias e noites à deriva pelos mares? Eis aí uma profunda diferença. E novidade. Os imigrantes da imagem integram a classa média alta e a elite da Venezuela. Agora, estão eles deixando o que possuem porque não mais suportam a crise política, social e econômica em que vivem, não mais suportam a repressão, não mais suportam o totalitarismo e a ignorância do ditador populista Nicolás Maduro. São banqueiros, médicos, professores, acadêmicos, advogados e engenheiros impedidos de ingressarem nos EUA por meio de aviões: devido à pandemia os vistos dados pelo governo norte-ameriano ficaram extremamente restritos. O melhor jeito, então, é valer-se dos rios mexicanos de fronteira, ainda que se corra o risco de ser sequestrado ou morto por traficantes. Tem-se um recorde nessa imigração elitizada: entre meados de maio e o final de junho, cerca de sete mil e quinhentos venezuelanos adentraram nos EUA pelo México. Eles chegam, entregam-se à polícia e aguardam por resposta ao pedido formal de asilo.

80% dos pedidos de asilo feitos pela população de países da América Central, mais pobres que a Venezuela, foram negados esse ano pelo governo norte-ameriano. Quanto aos venezuelanos, entre janeiro e junho, somente 26% das requisições de asilo foram rejeitadas

Joe Biden abre os braços

WIN MCNAMEE

O presidente democrata dos EUA, Joe Biden (foto), abre aos venezuelanos a oportunidade de uma nova vida — tudo na direção oposta da política xenófoba de seu antecessor imediato, o republicano Donald Trump. Biden autorizou a concessão de proteção humanitária e temporária a cerca de trezentos e cinquenta imigrandes da Venezuela. Isso dá a eles a chance de trabalharem legalmente. Fica suspensa a possibilidade de deportação.

Realeza
Homenagem aos 60 anos da princesa do povo

ETERNIZADA A estátua em memória de Lady Di nos jardins do Palácio de Kensington: carisma imortalizado (Crédito:Dominic Lipinski )
Dominic Lipinski
Reuters

Os irmãos e príncipes William e Harry reuniram-se na quinta-feira, 1º, para comemorar e inaugurar uma estátua em homenagem ao 60° aniversário da princesa Diana. Lady Di faleceu em um acidente de carro, em Paris, em 31 de agosto de 1997, aos 36 anos. O local escolhido para colocação da imagem foi os jardins do Palácio de Kensington, mesmo local em que Harry e Meghan, a duquesa de Sussex, ficaram noivos há quatro anos. A seleta lista de convidados foi reduzida devido à pandemia, mas os súditos, fãs da princesa do povo, deixaram homenagens do lado de fora, nos portões da residência oficial da realeza britânica.

Livros
Excelente biografia do “rebelde primitivo” que o Brasil aplaude

INTELECTUAL Hobsbawm: liberdade nos conceitos e na vida real (Crédito:Divulgação)

Acaba de ser lançada uma das melhores biografias já existentes do historiador britânico Eric Hobsbawm – nasceu em 1917 e faleceu em 2012. Trata-se de um dos intelectuais de extrema envergadura cultural, referência obrigatória para todos que quiserem compreender o mundo em que vivemos no âmbito histórico, social e político. Vale destacar duas de suas monumentais obras: “Era dos Extremos: O Breve Século 20 (1914 a 1991)” e “Globalização, Democracia e Terrorismo”. Hobsbawm foi uma das principais atrações na primeira Festa Internacional de Paraty (Flip), em 2003. Rompeu com a doutrina comunista em 1950 e dedicou-se a estudar, escrever e conviver com pessoas que conceituou como “rebeldes primitivos”, chegando inclusive a namorar uma profissional do sexo. A autoria do livro é do historiador inglês Richard Evans. Sai pela editora Planeta, com tradução de Claudio Carina.