O baiano Isaquias Queiroz conquistou neste sábado a medalha de ouro na canoagem C1 1000 metros dos Jogos de Tóquio, um novo triunfo para uma das estrelas do esporte brasileiro.

Esta foi a quarta medalha olímpica de Isaquias, que nos Jogos Rio-2016, quando tinha apenas 22 anos, se tornou o primeiro brasileiro a subir três vezes ao pódio em uma única Olimpíada (duas pratas e um bronze).

Neste sábado, ele venceu a final do C1-1000 no Sea Forest Waterway de Tóquio com o tempo de 4min04s408, seguido pelo chinês Hao Liu (4:05.724), que ficou com a prata, e o moldávio Serghei Tarnovschi (4:06.069), que foi bronze.

“É uma emoção fantástica. Eu me dediquei tanto a este esporte desde 2016, realmente queria o ouro (…) É um sonho que vira realidade”, declarou o atleta de 27 anos.

– Chuva –

Sob chuva e temperaturas mais amenas que no restante da semana, Isaquias teve um desempenho espetacular para dar ao Brasil a quinta medalha de ouro em Tóquio (pouca horas antes da conquista da sexta, por Hebert Conceição no boxe).

O brasileiro completou os primeiros 250 metros da prova em terceiro lugar, quando o alemão Conrad Scheibner liderava a prova.

Queiroz ultrapassou o europeu na etapa seguinte e a partir da segunda metade passou por Hao Liu para assumir a liderança, que não largou até a linha de chegada.

“Sabíamos que esta medalha nos pertencia e que ninguém iria tomar”, disse.

Em sua outra participação nestes Jogos, o atleta terminou em quarto lugar na final da C2 1000m, ao lado de Jack Goodman.

“Foi uma infelicidade, nosso objetivo era o ouro”, recordou.

Com este ouro e as duas pratas (C1 1000m e C2 1000m) e o bronze (C1 200m) conquistados na Rio 2016, Isaquias Queiroz se iguala em conquistas olímpicas a Serginho, que tem dois ouros e duas pratas com a seleção de vôlei, e Gustavo Borges, com duas pratas e dois bronzes, sendo três medalhas em provas individuais e uma em revezamento. Apenas os velejadores Torben Grael e Robert Scheidt possuem mais medalhas que os três, com cinco cada.

E o baiano de Ubaitaba já faz planos para os próximos Jogos Olímpicos em 2024.

“Não vou a Paris para passear e sim para conquistar duas medalhas e representar meu país”, disse.

Isaquias também dedicou a medalha às vítimas da pandemia de covid-19 no Brasil e homenageou o falecido técnico Jesús Morlán, espanhol que revolucionou a canoagem brasileira antes dos Jogos de Rio-2016 e que morreu vítima de um câncer no cérebro em novembro de 2018.

Grande nome da canoagem mundial, o alemão Sebastian Brendel, bicampeão olímpico na C1 1000m (Londres-2012 e Rio-2016), não conseguiu vaga para a luta pelo ouro e terminou na 10ª posição na classificação geral.

lca/fp