A vereadora de São Paulo Amanda Vettorazzo (União Brasil), coordenadora do MBL (Movimento Brasil Livre), afirmou à IstoÉ que o projeto do grupo de lançar o militante Renan Santos à Presidência da República tem atraído apoios — ainda envergonhados — de prefeitos e parlamentares que representam “diferentes nichos” na política.
“Em muitos casos as pessoas nos procuram, mas não tornam o gesto público. Querem ‘apoiar sem dar a mão’”. Os apoios vem de lideranças que “se sentem representadas pelo discurso do Renan e concordam com suas propostas, mas não podem defendê-las abertamente [onde estão]”, disse Vettorazzo.
Pré-candidato pelo partido Missão, Santos alterna críticas ao presidente Lula (PT) e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem responsabilizou pela interrupção do ciclo de poder da direita no país. Na edição mais recente da pesquisa Genial/Quaest, chegou a 2% das intenções de voto.
Na legenda recém-fundada e sem garantia de coligação, a candidatura do líder do MBL teria dificuldades para obter financiamento via fundo eleitoral, tempo de propaganda eleitoral no rádio e na TV e demais recursos relevantes para fazer campanha.
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Amanda Vettorazzo é vereadora de São Paulo pelo União Brasil
Vettorazzo relatou que o olhar dos colegas de Câmara Muncipal sobre ela e demais integrantes do grupo mudou neste contexto. “Antes éramos tratados como um pré-adolescente que não chegaria a lugar nenhum. Agora como quem conseguiu o que o Bolsonaro não conseguiu”, disse, em referência ao registro do Missão no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) — durante seu mandato, o ex-presidente e aliados tentaram, sem sucesso, fundar um partido próprio.
Para a vereadora, que negocia a liberação do União Brasil para se juntar à sigla novata, a candidatura de Santos não é a principal colocada ao Palácio do Planalto, mas “está no jogo”.
Além de Lula e do líder do MBL, se declaram na corrida o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Ainda são cotados Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, e Ratinho Júnior (PSD), do Paraná.