SÃO PAULO, 10 AGO (ANSA) – Os candidatos à Presidência do Brasil nas eleições de 2018 participaram na noite de ontem (9) do primeiro debate eleitoral, organizado pela Rede Bandeirantes. Os políticos responderam a perguntas sobre reforma da previdência, índice de violência, aborto e crise de imigrantes venezuelanos.   

O debate, em geral, manteve um tom morno, sem confrontos diretos. De acordo com especialistas, serviu mais para apresentar os candidatos aos eleitores e não é possível definir quem foi o vencedor.   

O encontro contou com oito dos 13 candidatos definidos em convenções partidárias: Álvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Jair Bolsonaro (PSL), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Ciro Gomes (PDT). A ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba por corrupção e lavagem de dinheiro, fez o PT ficar de fora do debate, pois a Justiça negou os pedidos para que ele participasse do evento.   

Enquanto o debate se desenrolava na televisão, o PT fez uma transmissão via Facebook, com o vice e plano B, Fernando Haddad, e a vice “stand-by”, Manuela D’Ávila.   

No palco da Band, os candidatos evitaram confrontos diretos e temas polêmicos. Alckmin e Ciro não foram questionados sobre alguns de seus pontos fracos, como o escândalo da Dersa ou o temperamento explosivo do ex-governador do Ceará. A maioria também poupou Bolsonaro, conhecido por declarações polêmicas e ultraconservadoras, além de liderar as pesquisas de intenção de voto nos cenários sem Lula.   

Candidato da maior coalizão partidária, Alckmin foi o único que enfrentou mais provocações de rivais e foi alvo de mais perguntas. Marina Silva criticou a aliança do PSDB com os chamados partidos do “centrão”. “Isso é fazer mudança?”, questionou a candidata da Rede.   

Com exceção de Boulos, todos os candidatos fizeram menções a Deus, focando o eleitorado cristão. Violência, desemprego e dívida do Estado foram os temas mais recorrentes.   

Só dois candidatos, Marina e Boulos, tiveram que responder uma pergunta de uma jornalista o aborto. O candidato do PSOL defendeu uma reforma na legislação para ampliar a possibilidade de interrupção da gravidez, aliada a uma política nacional para a saúde da mulher. Já Marina Silva disse apoiar a legislação da maneira que está e que qualquer mudança deveria passar por um plebiscito. (ANSA)