Os candidatos presidenciais Luisa González e Daniel Noboa encerraram as suas campanhas eleitorais na quinta-feira (12) com grandes eventos supervisionados pelas forças públicas antes do segundo turno no Equador, no domingo (15), em um contexto de violência ligada ao tráfico de drogas.

Cercados por robustos dispositivos de segurança, os dois candidatos lideraram caravanas e comícios em diversas cidades, vestindo coletes à prova de balas sobre camisetas amarelas, cor da jaqueta da seleção equatoriana de futebol.

Nas plataformas, González, na cidade portuária de Guayaquil, e Noboa, na vila pesqueira de Muey (ambos no sudoeste do Equador), pediram apoio nos seus redutos políticos durante o último dia permitido pela autoridade eleitoral para fazer campanha.

O Equador enfrenta uma guerra pelo poder entre gangues de narcotraficantes, com uma taxa de homicídios que quadruplicou entre 2018 e 2022, para um recorde de 26 por 100.000 habitantes. Para este ano, os especialistas estimam que esta taxa será de 40.

– Segurança –

Perante várias centenas de apoiadores, Noboa – 35 anos e autoproclamado centro-esquerdista, embora seja apoiado por forças de direita – agradeceu o apoio das novas gerações: “Obrigado por acreditarem neste projeto político, por acreditarem que a juventude pode mudar um país”.

O empresário ligado ao setor bananeiro, que poderá se tornar o presidente mais jovem da história do Equador, acrescentou que a juventude “hoje também tem voz e voto, e os grupos negligenciados também importam” nos seus planos de governo.

“Vamos mudar o país juntos no dia 15 de outubro”, disse Noboa, enquanto um telão atrás dele transmitia a partida em que o Equador venceu a Bolívia por 2 a 1 em La Paz, pelas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2026.

Quase em paralelo, González, de 45 anos e próxima do ex-governante socialista Rafael Correa (2007-2017), liderou uma reunião de apoiadores em um bairro no sul de Guayaquil, centro comercial do Equador, onde Noboa estava anteriormente em seu trajeto para Muey.

No palco, a correísta – que poderá emergir como a primeira presidente do Equador eleita nas urnas – voltou a comprometer-se no combate à insegurança, um dos principais problemas.

“Fomos o segundo país mais seguro da América Latina” durante o governo Correa, disse a política, que culpa as administrações de direita de Lenín Moreno (2017-2021) e Guillermo Lasso (desde maio de 2021) pelos altos índices de violência.

Quase uma dúzia de políticos foram assassinados no último ano, entre eles o candidato presidencial centrista Fernando Villavicencio, poucos dias antes do primeiro turno, em 20 de agosto.

A violência também se expressa nas prisões, onde presos de organizações rivais se confrontam em diferentes locais, especialmente em Guayaquil. Desde 2021, os confrontos deixaram cerca de 460 mortos em massacres.

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