Os seis candidatos à Presidência do Irã participaram nesta sexta-feira do último debate antes da eleição de 19 de maio, no qual se acusaram mutuamente de corrupção e má gestão.
O presidente moderado, Hassan Rohani, que busca um segundo mandato de quatro anos, elevou o tom esta semana ao afirmar que a opção que se apresenta aos eleitores é entre maior liberdade ou repressão. Mas o debate desta sexta se concentrou nas questões econômicas.
Rohani acusou seus adversários conservadores de quererem devolver o poder ao “antigo governo” do ultraconservador Mahmud Ahmadinejad (2005-2013).
“Assim como o outro governo, querem distribuir dinheiro” para comprar votos, afirmou Rohani.
Os dois principais candidatos conservadores, Mohamad Bagher Ghalibaf, atual prefeito de Teerã, e o religioso Ebrahim Raisi, acusaram o governo de ter abandonado os pobres. “É o governo dos 4%” mais ricos da sociedade, reiterou Ghalibaf.
“O país enfrenta uma grave crise econômica, com desemprego, recessão e inflação. (…) A prioridade é a criação de empregos”, afirmou.
Já Raisi assegurou que a pobreza aumentou e que afeta um terço da população.
“É preciso aumentar a ajuda direta aos pobres (…), relançar a indústria da construção e da agricultura para sustentar a produção nacional”, declarou.
O candidato também acusou o governo de Rohani de ter esperado o início da campanha eleitoral para triplicar a ajuda direta a 14 milhões de pessoas.
Ghalibaf, acusado de distribuir casas a preços preferenciais a seus aliados, acusou Es Hagh Jahanguiri, primeiro-vice-presidente e candidato reformista, de obter terrenos a preços irrisórios quando foi ministro.
Seis candidatos disputam a Presidência iraniana: três reformistas moderados (Rohani, seu primeiro-vice-presidente, Es Hagh Jahanguiri, e Mustafa Hashemitaba) e três conservadores (Mohamad Bagher Ghalibaf, o religioso Ebrahim Raisi e Mustafa Mirsalim).