Em meio a rumores que o presidente Michel Temer poderá não escolher o sucessor de Rodrigo Janot no comando da Procuradoria-Geral da República de uma lista tríplice, alguns candidatos ao cargo e o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), José Robalinho Cavalcanti, disseram não acreditar nessa possibilidade.

“Existe a possibilidade constitucional do presidente escolher uma pessoa que não esteja na lista, mas essa possibilidade é meramente teórica, não trabalhamos com ela. Primeiro porque nós confiamos na palavra do próprio presidente”, disse, citando que Temer já anunciou que a seguiria.

Para Cavalcanti, ninguém que não saia desta lista terá liderança para conduzir a Procuradoria. “Acho que o governo tem perfeita consciência disso, a começar pelo presidente”, disse o procurador regional da República após o quinto debate que ocorreu hoje no Rio entre os oito candidatos à formação da Lista Tríplice para Procurador-Geral da República.

O presidente da ANPR afirmou que o momento de instabilidade é um dos motivos para que se confie na manutenção do uso da lista. “Por causa da instabilidade é importante mais do que nunca que essa lista seja respeitada”, declarou.

O subprocurador da República, Franklin Rodrigues da Costa, também disse que acredita que o presidente deve seguir a lista, conforme já indicado por ele. “É muito difícil (que não siga), pode se isolar”, afirmou ele após participar do debate.

Outra candidata, Raquel Elias Ferreira Dodge, disse que cabe à associação ela fazer a interlocução sobre a aceitação ao não da lista. No entanto, destacou defender a lista “fortemente”.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

O subprocurador-geral da República Mario Luiz Bonsaglia, também candidato à lista tríplice, disse ter confiança de que a relação será observada uma vez que indica quem são os candidatos com liderança na casa. “No Ministério Público Federal (MPF) não existe hierarquia, existe independência funcional. Somente alguém reconhecido pela classe, por sua liderança, conhecimento e dedicação é que tem condições de liderar esse conjunto de membros”, disse.

Em 27 de junho, 1.200 membros do Ministério Público Federal votam nos interessados à vaga. Os três escolhidos de um total de oito candidatos formarão uma Lista Tríplice e serão indicados à escolha pelo Presidente da República. Michel Temer poderá, no entanto, não optar por um dos nomes. Se isso acontecer, vai romper com a tradição de indicar o nome mais votado pelos procuradores entre três apresentados pela ANPR. Após a escolha de Temer, o escolhido será sabatinado e terá que ser aprovado pelo Senado.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias