O candidato pró-europeu Rafal Trzaskowski venceu por uma margem estreita neste domingo (18) o primeiro turno das eleições presidenciais na Polônia, decisivas para o futuro do atual governo, segundo uma pesquisa de boca de urna.
Trzaskowski, apoiado por 30,8% dos eleitores, enfrentará no segundo turno, em 1º de junho, o candidato nacionalista Karol Nawrocki, admirador de Donald Trump, que teria obtido 29,1% dos votos, segundo o Instituto Ipsos.
A votação é crucial para o futuro do atual governo pró-europeu do primeiro-ministro Donald Tusk, assim como para a legislação sobre o aborto e os direitos das minorias sexuais, em um momento delicado para a Europa, marcado pela continuidade da guerra na Ucrânia, a ascensão dos partidos de extrema direita e os laços tensos com Washington.
Trzaskowski, prefeito de Varsóvia e político próximo à União Europeia, chegou a esta eleição como favorito.
“Este resultado mostra o quanto precisamos ser fortes, o quanto devemos estar determinados”, disse aos apoiadores em um estádio coberto na histórica cidade de Sandomierz, no leste da Polônia.
Por sua vez, o candidato nacionalista agradeceu aos eleitores, afirmando que uma vitória no segundo turno, em 1º de junho, impediria que a atual coalizão “monopolize” todo o poder na Polônia.
A campanha girou, em grande parte, em torno de questões de política internacional e do papel que Varsóvia deve desempenhar entre a União Europeia e os Estados Unidos – uma aliança que parece mais incerta do que nunca durante o segundo mandato de Trump.
“São eleições muito importantes, que opõem duas visões diametralmente opostas da Polônia (…): de um lado, uma Polônia democrática, europeia, aberta, segura e honesta, e do outro, exatamente o contrário”, declarou à AFP Marcin Woloszynski, economista de 42 anos, após votar em Varsóvia.
A participação nas eleições deste domingo, segundo a pesquisa, foi de 66,8%.
Além das questões geopolíticas, temas sociais também desempenharam um papel importante nos debates de um país cuja sociedade está profundamente dividida.
Desde que a coalizão governista de Tusk chegou ao poder em 2023, as principais iniciativas do governo têm sido bloqueadas pelos vetos do presidente conservador Andrzej Duda.
Para alguns eleitores, esta é uma oportunidade de encerrar esse impasse.
“Espero que estas eleições concluam a mudança”, afirmou Hubert Michalowski, trabalhador autônomo de 50 anos.
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