O candidato opositor Edmundo González Urrutia, rival do presidente chavista Nicolás Maduro nas eleições presidenciais da Venezuela de 28 de julho, lhe pediu, neste sábado (10), que pare com “a violência e as perseguições” contra manifestantes que foram protestar em meio às denúncias de fraude.

“Senhor Nicolás Maduro, lhe faço um apelo em nome de todos os venezuelanos para que detenha a violência e as perseguições e liberte de imediato todos os compatriotas detidos arbitrariamente”, disse González Urrutia em um vídeo divulgado em suas redes sociais.

O próprio Maduro revelou que mais de 2.200 pessoas foram presas após os protestos pós-eleitorais.

“Crime é desaparecer, perseguir, prender e condenar injustamente centenas de cidadãos inocentes, crime é reprimir com selvageria manifestantes pacíficos”, acrescentou o opositor, que afirma ter vencido as eleições com 67% dos votos.

González Urrutia é investigado pela Justiça – acusada de ser aparelhada pelo chavismo – junto com a líder opositora María Corina Machado por “instigação à desobediência”, “crimes cibernéticos” e “conspiração”, depois de publicar atas eleitorais em um site que o governo tacha de “fraudulento”.

Organizações de direitos humanos documentaram pelo menos 24 mortes nos protestos que eclodiram após a divulgação dos resultados do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que deram um terceiro mandato a Maduro com 52% dos votos.

Até agora, o CNE, de viés governista, não publicou os números detalhados da votação alegando que seu sistema foi hackeado. Apenas divulgou o resultado geral sem os dados desagregados por seção eleitoral nem por estado.

Maduro, por sua vez, compareceu ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), que a oposição acusa de servir ao governo, para interpor um recurso destinado a “auditar” os resultados.

A máxima instância judicial da Venezuela disse neste sábado que as decisões que proferir sobre o caso terão caráter de “coisa julgada” e não caberá recurso.