O candidato opositor da Venezuela, Edmundo González Urrutia, pediu nesta segunda-feira (19) ao mandatário Nicolás Maduro para “se colocar de lado” para uma transição “em paz”, em meio a uma crise pós-eleitoral devido à sua reeleição contestada.

“Você [Maduro] e seu governo devem se colocar de lado e dar o passo já para começar uma transição em paz”, disse González em um vídeo divulgado na rede social X. “Estou disposto ao diálogo político para começar a definitiva transformação democrática de nossa nação”, acrescentou.

Maduro foi proclamado reeleito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) com 52% dos votos para um terceiro mandato de seis anos, até 2031. A oposição, liderada por María Corina Machado, desconsidera os resultados oficiais alegando fraude e reivindica a vitória de González, garantindo ter cópias de mais de 80% das atas eleitorais que demonstram que ele foi o vencedor.

O CNE alega que não publicou detalhes da apuração por ser alvo de um “ataque ciberterrorista”, algo que o Centro Carter e outros observadores descartam.

Após o anúncio do resultado oficial, protestos na Venezuela eclodiram deixando 25 mortos e mais de 2.400 detidos.

“A cada dia que dificultam a transição democrática, os venezuelanos sofrem em um país em crise e sem liberdade. Agarrar-se ao poder apenas agrava o sofrimento do nosso povo”, disse González no vídeo.

O governo de Maduro responsabiliza Machado, impedida de participar das eleições de 28 de julho por uma inabilitação política, e González por atos de violência e uma tentativa de golpe de Estado.

As autoridades abriram uma investigação penal contra ele por “instigação à rebelião”, entre outras acusações, pouco depois de o presidente ter pedido a prisão de ambos, embora não haja ordens de captura.

González não apareceu em público desde 30 de julho e está na clandestinidade junto com Machado, que se apresentou em uma manifestação em Caracas no sábado.

Maduro disse no sábado que seu adversário nas últimas eleições está “preparando sua fuga da Venezuela”.

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