Luis Arce, herdeiro político do ex-presidente Evo Morales e favorito nas pesquisas para as eleições de outubro na Bolívia, expressou preocupação sobre uma possível fraude e pediu à comunidade internacional que fique alerta, informou seu partido nesta quarta-feira(23).

“Tem que haver transparência e tem que ser garantido que não haverá nenhum tipo de fraude, estamos muito temerosos pelo que estamos vendo, por causa das ações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”, disse Arce, segundo sua assessoria de imprensa.

Arce, do Movimento ao Socialismo (MAS) de Morales, afirmou que as pesquisas lhe garantem uma vitória nas eleições de 18 de outubro, “portanto, um resultado contrário seria altamente duvidoso”.

“Pedimos que venham observadores, equipes da imprensa internacional para acompanhar, não só no dia das eleições, mas a partir de agora, porque há muitas irregularidades”, disse sem dar maiores detalhes.

Arce, ex-ministro da Economia de Morales (2006-2019), aparece em primeiro em uma recente pesquisa divulgada pela Fundação Católica Jubileu, com 29,2%, seguido pelo ex-presidente do centro Carlos Mesa (19%) e o líder civil da região de Santa Cruz (leste), o direitista Luis Fernando Camacho (10,4%).

O MAS criticou o TSE por ter adiado a data das eleições três vezes neste ano, em função da pandemia do coronavírus, e garantiu que Arce foi prejudicado com isso.

Ele também lamentou que o ex-presidente Morales, refugiado na Argentina, tenha sido excluído da lista de candidatos ao Senado.

O partido de Mesa, Comunidad Ciudadana (CC), minimizou a reclamação. Seu chefe de campanha, Ricardo Paz, respondeu que “o Movimento pelo Socialismo está tentando justificar sua derrota iminente”. E acrescentou que “eles estão usando pretextos para certamente justificar os atos de violência para os quais se prepararam após o dia das eleições”.

Mesa acha que pode alcançar Arce até o dia das eleições.

A Constituição declara como vencedor no primeiro turno o candidato que obtiver 50% mais um voto ou 40% dos votos com 10 pontos de vantagem sobre o segundo.

Se não houver vencedor no primeiro turno, haverá uma votação no dia 29 de novembro entre os dois candidatos mais votados.