Os cânceres de próstata experimentarão um forte aumento nos próximos anos em todo o mundo, especialmente nos países menos ricos, devido ao envelhecimento progressivo da população mundial, segundo um estudo publicado na revista The Lancet.

“De acordo com nossas conclusões, o número anual de novos casos dobrará de 1,4 milhão em 2020 para 2,9 milhões em 2040”, resumem os autores deste estudo publicado nesta quinta-feira (4, noite de quarta em Brasília), realizado extrapolando mudanças demográficas já observadas atualmente.

Este aumento é atribuído ao “aumento da expectativa de vida e às mudanças nas pirâmides etárias”, afirmam os autores.

O câncer de próstata, o mais comum entre os homens, representa 15% de todos os cânceres masculinos.

Na maioria dos casos, ele se manifesta após os 50 anos, e sua frequência aumenta consideravelmente à medida que se avança em idade além desse limite.

Muitos países pobres ou em desenvolvimento estão vendo um aumento gradual na expectativa de vida de suas populações, o que deve aumentar consequentemente o número de cânceres de próstata.

E “ao contrário de outros problemas importantes, como câncer de pulmão ou doenças cardiovasculares, não será possível evitar esse aumento de casos por meio de políticas de saúde pública”, observam os pesquisadores.

Os fatores de risco do câncer de próstata, como herança genética ou altura elevada, são muito menos evitáveis do que, por exemplo, o tabagismo no caso do câncer de pulmão.

Apenas uma conexão com sobrepeso foi estabelecida, mas não se sabe se há um mecanismo de causa e efeito.

Os autores do estudo consideram, no entanto, que é possível limitar o aumento dos cânceres de próstata por meio de diversas ações.

Por exemplo, eles advogam por diagnósticos menos tardios em países menos ricos, pois os cânceres de próstata muitas vezes são detectados tarde demais para agir eficazmente.

Por outro lado, há um risco de “sobrediagnóstico e tratamento excessivo” nos países desenvolvidos, na opinião deles.

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